Não há propriamente uma regra. O que existe é um conjunto de expressões fixas que incluem jogar, havendo até certa variação regional, pelo menos, atendendo ao que dizia Vasco Botelho de Amaral, no seu Grande Dicionário de Dificuldades e Subtilezas do Idioma Português (1958), a respeito desse verbo:
«Em nosso idioma é mais frequente, sobretudo no Norte, o uso transitivo de jogar. E assim preferem alguns puristas. No Sul, em Lisboa, principalmente, fala-se: jogar à bola, jogar às cartas, às escondidas, etc. Não nos parece errónea esta construção. Aliás, em latim, ludere [«jogar»] pedia ablativo: ludere nucibus, ludere pila, etc. Camilo [Castelo Branco] usa, segundo apontámos, jogar transitivamente: jogava o quino [...], jogava-se o monte [...] jogar a bisca. Reflete-se [...] o emprego do Norte. Já Herculano escreve: Jogam à cabra-cega? [...], a agiotagem joga ao jogo dos trinta por cento [...].»
N. E. (29/10/2021) – No Brasil, é corrente o uso transitivo direto do verbo jogar seguido de bola sem artigo definido: «jogar bola» (cf. Dicionário Informal).