As formas tinham e têm, no respetivo contexto, podem expressar valores diferentes, estando ambas corretas.
O pretérito imperfeito do indicativo (tinham) descreve uma situação localizada num intervalo de tempo passado, apresentada de forma não concluída. Assim, no caso da frase transcrita em (1), aponta para um estado de coisas que se remete para um intervalo de tempo passado, ou seja, com a frase indica-se que o presidente afirmou que, no passado, as atribuições deveriam ter a característica de serem criteriosas:
(1) «O presidente da reunião referiu que as atribuições tinham de ser muito criteriosas.»
A seleção deste tempo verbal é compatível também com o exercício de transposição do discurso direto para o discurso indireto. Considera-se, nesta linha, que a frase em discurso direto tenha sido a que se apresenta em (2):
(2) «− As atribuições têm de ser muito criteriosas.»
Podemos estar perante uma transposição mais livre do discurso direto, na qual se recorre ao presente, como se observa em (3):
(3) «O presidente da reunião referiu que as atribuições têm de ser muito criteriosas.»
Esta opção, embora em sentido estrito não siga as regras de transposição para o discurso indireto, é compatível com o uso do presente do indicativo com valor genérico. Com este valor, o presente contribui para a apresentação de características típicas de uma dada realidade. Ora, no caso da frase em apreço, o uso do presente poderá veicular a ideia de que a aplicação criteriosa das atribuições deverá acontecer em qualquer intervalo temporal (passado, presente ou futuro).
Disponha sempre!