O tipo de composto em questão, formado por substantivo + adjetivo (eventualmente com mais um adjetivo), não tem tido uma grafia consistente. E o problema, se for resolúvel, não encontra resposta nem no atual acordo ortográfico (ler Base XV, 1) nem nos precedentes. Com efeito, aceitando o princípio de a hifenização se aplicar como sinal indicativo da autonomia e estabilidade do composto – diretor-geral terá uso enraizado e um significado próprio, não redutível às unidades lexicais diretor e geral –, reconheça-se que pode ser mínimo o contraste semântico da palavra composta com a simples associação em frase das unidades que a constituem.
Será aceitável a hifenização de compostos que incluam o adjetivo executivo, mas o emprego sistemático de tal sinal depende de uma opção editorial, e não da aplicação de um princípio ou critério claramente enunciados nos normativos ortográficos. Atendendo ao exemplo de diretor-geral (cf. Dicionário Houaiss e dicionário da Porto Editora), justifica-se o hífen em editor-executivo pelo seu uso recorrente na formação da denominação de cargos ou funções; por outras palavras. não se trata de apor o adjetivo executivo ao nome editor, mas, sim, de distinguir globalmente um cargo de outro, que se denomina apenas editor. Contudo, não é forçoso empregar tal sinal (consulte-se respostas aqui e aqui e aqui). A hifenização destes casos é, portanto, problemática, como se observa, por exemplo, na Gramática Derivacional do Português (Imprensa da Universidade de Coimbra, 2016, pp. 470/471; sublinhado nosso):
«A observação do consagrado pelo AO90 [= Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990] no que respeita a construções do tipo de NA também não permite iluminar de forma unívoca o seu estatuto. Efetivamente, não se percebe por que razão surgem hifenizadas sequências como amarelo-claro, azul-escuro, guarda-noturno face a salário mínimo, assessor geral ou consultor jurídico (sem hífen). Na realidade, as alterações no interior das sequências seguem padrões semelhantes (*guarda muito noturno; *salário muito mínimo) e em todos os casos o adjetivo encontra-se no seu sentido não figural, pelo que não se compreende a preservação do hífen nuns casos e a sua eliminação noutros.»
Convém frisar que a inconsistência apontada na citação não é um exclusivo nem é resultado da ortografia atualmente em vigor. O que sucede é que, tal como no contexto do normativo anterior que vigorou em Portugal entre 1945 e 2015, o atual acordo continua a não dar solução – se é que ela existe – aos problemas que os compostos de nome + adjetivo levantam quanto à definição de critérios claros para a sua hifenização (ler Textos Relacionados).
Quanto à constituição de compostos formados por três unidades (nome e dois adjetivos), trata-se de um caso raro e, portanto, também suscetível de não só levantar as dificuldades já apontadas mas também permitir formar palavras compostas muito longas, de incerta fixação na língua. Note-se que, entre os compostos formados por nome + adjetivo mencionados pelo atual acordo ortográfico (Base XV, I), nenhum apresenta mais de um hífen (sublinhado nosso):
«Emprega-se o hífen nas palavras compostas por justaposição que não contêm formas de ligação e cujos elementos, de natureza nominal, adjetival, numeral ou verbal, constituem uma unidade sintagmática e semântica e mantêm acento próprio, podendo dar-se o caso de o primeiro elemento estar reduzido: ano-luz, arcebispo-bispo, arco-íris, decreto-lei, és-sueste, médico-cirurgião, rainha-cláudia, tenente-coronel, tio-avô, turma-piloto; alcaide-mor, amor-perfeito, guarda-noturno, mato-grossense, norte-americano, porto-alegrense, sul-africano; afro-asiático, afro-luso-brasileiro, azul-escuro, luso-brasileiro, primeiro-ministro, primeiro-sargento, primo-infeção, segunda-feira; conta-gotas, finca-pé, guarda-chuva.»
Sendo assim, afigurando-se de aceitação duvidosa a grafia "editor-executivo-adjunto" e atendendo aos condicionalismos já apontados, as melhores soluções serão «editor-executivo adjunto», em que ocorre editor-executivo como composto hifenizado, e «editor executivo adjunto», sem qualquer hífen.