Ambas as frases são possíveis. No entanto, a frase com infinitivo flexionado será menos aceitável para alguns falantes.
A frase transcrita em (1) inclui um verbo que seleciona uma oração completiva ou um constituinte:
(1) «Acho que vão gostar muito de se conhecer.».
A oração subordinante («acho que») constrói-se com uma oração completiva («vão gostar muito de se conhecer») que é introduzida por um complexo verbal, formado pelo auxiliar ir e pelo verbo nuclear gostar, que por seu turno seleciona a completiva «se conhecer». O verbo gostar rege a preposição de, pelo que os seus argumentos serão sempre sintagmas preposicionados:
(2) «Ele gosta de música.»
(3) «Ele gosta de ir a concertos.»
Quando o verbo gostar (e outros verbos que selecionam oração completiva introduzida por preposição) se constrói com uma oração infinitiva, prefere-se normalmente o infinitivo simples, como acontece em (1) e (3). Neste caso, o verbo que se encontra no infinitivo assume como sujeito o da oração a que se subordina: no caso da frase (1) trata-se de um sujeito de 2.ª pessoa do plural, realizado como «vocês», que se constrói com 3.ª pessoa do plural.
Tal como explicam Barbosa e Raposo, «com a grande maioria destes verbos [construídos com preposição e com oração infinitiva], e mantendo a leitura de correferencialidade entre os dois sujeitos, o infinitivo flexionado também é possível, embora seja sentido como menos natural por alguns falantes»1.
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1. Barbosa e Raposo in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, p. 1936.