Trata-se de uma inovação lexical, isto é, de um neologismo do português de Portugal, que, embora correto, não pertence à linguagem corrente, antes se adequando a âmbitos de referência especializados. É, pois, compreensível que o vocábulo mediólogo ou medióloga não figure nos dicionários gerais, nem mesmo nos mais recentes.
Uma pesquisa na Internet permite confirmar que a palavra ocorre já há alguns anos, com o significado definido pelo consulente: «especialista em estudos sobre media». É um termo bem formado, composto pela palavra media*, «meios (de comunicação) de massas», e o elemento compositivo -logo/loga, «o que estuda, conhece, é especialista em». Também se pode formar mediologia, interpretável como «estudo dos media».
Observe-se que, no Brasil, ocorre a forma mídia, em lugar de media, pelo que os compostos correspondentes aos usos de Portugal, são midiólogo e midiologia, palavras que se atestam em páginas da Internet, com significado próximo de mediólogo e mediologia.
Quanto à forma "classe-mediólogo", diga-se que é uma palavra possível, constituída pela expressão «classe média» e o referido elemento compositivo -logo/loga, não constituindo, portanto, um composto em que participe o termo media. Além disso, é uma criação jocosa do jornalista Reinaldo Azevedo, que a inclui no artigo "O 'classe-mediólogo' não é o do Manhattan" (revista Veja, 23/02/2017), de uso pontual, dada a atual facilidade com que o elemento -logo se associa a outros vocábulos – o caso de tudólogo é a este título elucidativo. Mas não se trata de palavra enquadrável numa linguagem de especialidade, nem de uso continuado, generalizado ou estabilizado que justifique (por enquanto) um registo dicionarístico.
*Cf. Ouvir ainda a explicação da linguista Margarita Correia no programa Língua de Todos, na Antena 2, do dia 24/11/209 , aqui (13´44'' – 18'36'').