1. Leia, por favor, a resposta n.º 24 896.
2. A conjunção pois é classificada quer como conjunção coordenativa explicativa quer como conjunção subordinativa causal.*
3. A conjunção porque pode ter valor explicativo. Sobre o porque causal e o porque explicativo, consultar a resposta n.º 20 955.
4. O teste apresentado é válido, porque o valor explicativo emerge sempre como uma justificação do próprio enunciado: «Fecha a porta, porque faz frio.» = «O motivo de eu ordenar que feches a porta é porque faz frio.» Sobre este assunto, recomendo a leitura de um artigo de Ana Cristina Macário Lopes, no qual se observa que:
«[...] as construções explicativas admit[em], como primeiro membro, um enunciado com uma força ilocutória directiva. Ou seja, pode ocorrer uma frase imperativa no primeiro membro da construção, como se atesta em (24), o que nunca acontece com as causais:
(24) Acorda, porque são horas de ir para a escola! [...]»
* N. E. (10/05/2016) – No contexto do ensino não superior de Portugal, observe-se que o Dicionário Terminológico (DT) só refere pois entre as conjunções coordenativas explicativas. Algo de parecido fazem as seguintes gramáticas escolares: na Gramática Prática de Português, Lisboa Editora, 2011, págs. 270/21, pois é conjunção coordenativa conclusiva e explicativa; na Nova Gramática Didática de Português, Santillana/Constância, 2011, pág. 140/141, pois é conjunção coordenativa explicativa, mas é advérbio conectivo quando tem valor conclusivo; em Domínios – Gramática da Língua Portuguesa, Plátano Editora, 2011, págs. 178/179, pois é mencionada apenas como conjunção coordenativa explicativa. Contudo, noutras gramáticas, fora do âmbito do DT, pois figura quer entre as conjunções coordenativas explicativas quer entre as conjunções subordinativas causais – ver, no quadro da gramática tradicional aplicada ao ensino, o Compêndio de Gramática Portuguesa (Porto Editora, 1976, pág. 306/307), de J. M. Nunes de Figueiredo e A. Gomes Ferreira; consultar também Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Edições João Sá da Costa, 1984, págs. 576/577 e 581, e a Gramática do Português da Fundação C. Gulbenkian (2013, págs. 2006-2011). Agradecemos à consulente Fátima Ferreira (Lisboa) as observações e o reparo que, acerca deste tópico, nos enviou, levando à retificação do que se dizia no ponto 2 da versão original desta resposta.