Embora seja verdade em grande parte dos casos, não tem necessariamente de ser assim. O porque causal poderá vir antecedido de vírgula. Vejamos o seguinte exemplo retirado da página 353 de Áreas Críticas da Língua Portuguesa, de João Andrade Peres e Telmo Móia:
«O Paulo está preocupado, porque anda a fumar muito.»
Segundo os autores, esta frase, com vírgula a anteceder porque, é ambígua, uma vez que porque pode ter um valor causal ou explicativo.
Se porque tiver valor causal, esta frase usa-se para dizer que «o Paulo andar a fumar muito» é a causa de ele (o Paulo) estar preocupado. Se, por outro lado, porque tiver valor explicativo, esta frase é usada pelo enunciador para dizer que o que o leva a afirmar que o Paulo está preocupado (com alguma coisa) é o facto de ele andar a fumar muito.