O nome comum coletivo gente, na oração em apreço, está correto e significa «pessoas».
Talvez a dúvida se prenda com a concordância em número com o pronome possessivo as suas, que se encontra no plural, ou seja, não concorda em número com gente. Ora, semanticamente, podemos aceitar a pluralização do determinante possessivo como correta, pois gente refere-se a um grupo de pessoas que, individualmente, tem a sua alma. Falamos, portanto, de concordância pelo sentido (concordância siléptica).
No entanto, sintaticamente, a concordância correta é no singular: ao optarmos pela forma singular do determinante possessivo – «gente mascarada [...] expurgava a sua alma» – assumimos que alma, no singular, está por todas as pessoas subentendidas no termo gente.