Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Área linguística: Sintaxe
Eric Iago Simões Bacharel em Direito Petrolina, Brasil 2K

Estudando espanhol, deparo-me com a construção normativa «me lavé las manos», e ainda, lendo Machado de Assis, deparo-me com a construção «Escobar apertou-me as mãos». Interessante que, no dia a dia, fala-se «apertou (as) minhas mãos» ou «beijou (o) meu rosto», mas então, por causa da construção típica da língua espanhola (sendo ela a norma padrão) e do uso dessa construção na literatura portuguesa, comecei a perceber que também se fala «apertou-me as mãos» ou «beijou-me o rosto» no dia a dia.

Por isso, indago sobre essa construção na língua portuguesa e seus aspectos normativos: é possível? É padrão? Ou ainda, qual é a diferença entre «apertou (a) minha mão» e «apertou-me a mão»?

Agradeço antecipadamente a resposta.

Paulo Manuel Sendim Aires Pereira Engenheiro Brasília, Brasil 8K

Reparei que algumas gramáticas omitem o pronome relativo (terminologia brasileira) quanta (Celso Cunha...) e outras não (Evanildo Bechara...). Investiguei em várias e verifiquei que todas elas evitavam o tema nos exemplos.

Pela investigação no Google tornou-se-me claro que quanta existia como pronome relativo no português antigo, quer com função de adjetivo, quer com função de substantivo, mas não consegui concluir em relação ao português moderno. Quais das seguintes frases podemos considerar corretas?

A) Daquela água, ele bebeu toda quanta pôde.

B) Daquela água, ele bebeu toda quanto pôde.

C) Ele conseguiu tirar do motor toda quanta água nele tinha entrado.

A mim, me parecem todas corretas, mas fico perplexo com a coexistência de A) e B). Por que é que algumas gramáticas não colocam quanta na sua enumeração exaustiva dos pronomes relativos, mas colocam quantas?

Guilhermina Rebocho Professora Évora, Portugal 2K

Na frase «D. Dinis foi um poeta cuja atividade decorreu nos séculos XIII-XIV», o manual que utilizo considera o antecedente de cuja é «D. Dinis». A resposta está certa? Se sim, porquê?

Obrigada.

Maria Luisa de Castilho Estudante Coimbra, Portugal 2K

Recorro a vós para uma questão que, aparentemente, seria simples.

Na expressão «É um livro de afeto, de admiração, de homenagem ao escritor dos contos...», o termo «ao escritor» desempenha a função de complemento indireto? Apesar de ser «a quem», não consigo fazer a sua substituição por -lhe.

Obrigada!

Manuela Salvador Cunha Professora aposentada Porto, Portugal 8K

1. Numa frase passiva o auxiliar ser é um verbo copulativo?

2. Se não, numa frase com predicativo do complemento direto – «Nomearam o professor diretor da escola» – «diretor da escola» passa a ser predicativo do sujeito?

3. Neste caso «da escola» continua a ser modificador do nome?

Muito obrigada.

Alice Esteves Vaz Professora Coimbra, Portugal 3K

Na frase «Não dormi muito bem»,  «muito bem» desempenha a função de modificador ou complemento oblíquo?

Luís Magalhães Professor Porto, Portugal 3K

Antes de mais, gostaria de agradecer ao Ciberdúvidas o excelente trabalho que desenvolve.

Em seguida, coloco a minha questão: deparei-me recentemente, num manual de Português do 10.º ano, com a seguinte questão:

«Classifica a oração "qual será a loação" na frase "E vedes qual será a loação".»[1]

O que estranhei foi a solução proposta: oração subordinada substantiva completiva, pois, na minha modesta opinião, eu classificá-la-ia como uma oração subordinada substantiva relativa.

Assim, peço o vosso esclarecimento, que agradeço antecipadamente.

 

[1 N. E. – «E vedes qual será a loação» = «e  vedes qual será o louvor». Trata-se de um verso da conhecida cantiga satírica do trovador português João Garcia de Guilhade, "Ai dona fea, fostes-vos queixar". Assinale-se que, por preocupações didáticas, o manual em causa escreve "loação", mas a forma medieval é loaçom. Acrescente-se que loaçom, «louvor», assim como loar, que significa «louvar» são termos utilizados frequentemente na poesia trovadoresca. Registe-se, ainda, o vocábulo loa, antigamente também equivalente a «louvor», mas cujo uso contemporâneo ocorre sobretudo no plural, loas, no sentido de «mentiras».]

José Santos Professor Guarda, Portugal 3K

Na frase «As pessoas arrastam-se», arrastar é transitivo?

Luis Carlos Alves dos Santos Telefonista Carapicuíba, Brasil 12K

Gostaria de saber qual o modo adequado na construção frasal abaixo:

«Não sei se ele esteja em casa.»

«Não sei se ele está em casa.»

«Não sei se ele estaria em casa.»

Sabemos que há um advérbio de negação que pode dar um sentido de dúvida ao verbo saber. Neste caso, a oração não deveria ser construída com o verbo no modo subjuntivo? Qual a função sintática do termo (se) na frase acima? Conjunção? Partícula de realce? Poderia colocar o sintagma verbal no final da frase?

Obrigado.

Janaina Andrade Estudante São José dos Pinhais., Brasil 4K

Na manchete do jornal Gazeta do Povo leio: «5 toneladas de alimentos vencidos e adulterados são apreendidos em Santa Felicidade».

Nessa manchete, qual a concordância verbal de apreender? E, caso fosse alterado o verbo por apreendidas, qual seria a explicação dessa mudança em relação à concordância verbal?