O contexto de guerra é por demais conhecido dos seres humanos. Ao longo da história humana, os conflitos, mais ou menos sangrentos, estiveram sempre presentes. Esta verdade deixou como herança muitos elementos que se perpetuam até hoje. Alguns ficaram registados nas línguas.

Todos recordamos géneros textuais próprios do contexto de guerra: a declaração de guerra, a declaração de vitória, a declaração de fim de guerra, a declaração de derrota.

Os dicionários encerram igualmente léxico muito diversificado pertencente ao campo lexical de guerra: território, conflito, batalha, herói, ataque, ameaça, invasão, militar, tática, louros, bombardeamento, armas, ofensiva, destruição, e tantas outras palavras.

Também no campo da fraseologia, a guerra deixa as suas impressões. Os provérbios expressam, não raro, um saber secular moldado na experiência de vida do povo. As afirmações que daqui resultam transformam-se, não raro, em ditos de incidência generalizada, que serão válidos para outras situações, ou para outras guerras.

O património linguístico português no campo da proverbialidade guarda muitos provérbios que evocam os saberes de um povo que, embora tido como pacífico, conheceu muitas guerras e conflitos e nelas fundou o seu saber. Aqui deixamos o registo de alguns:

·         Guerra avisada não mata soldados.

·         Guerra começada, só Deus sabe quando acabada.

·         Guerra, peste e carestia estão sempre em companhia.

·         Guerra, caça e amores, por um prazer, cem dores.

·         A guerra e a ceia, começando, se ateia.

·         Da guerra o dano vem cedo, e tarde o proveito.

·         Bem decide sobre a guerra, quem está longe dela.

·         Boa guerra faz boa paz.

·         Em tempo de guerra, todo o buraco é trincheira.

·         Em tempo de guerra, não se limpam armas.

·         Em tempo de guerra, mentiras por mar, mentiras por terra.

·         Em tempo de guerra, as leis são mudas.

·         Em tempo de guerra, chapéu à terra.

·         Em tempo de guerra, mentiras como terra.

·         Em tempo de guerra, calam-se as leis.

·         Ir à guerra e casar, não se deve aconselhar.

·         Muitos morrem na guerra, mas mais vão a ela.

·         Quem não vai à guerra não morre nela.

·         Prepara-te para a guerra, se queres a paz.

·         Quem tem terra tem guerra.

·         Quem vai à guerra dá e leva.

·         Quando se declara a guerra, o Diabo alarga o inferno.

·         Vem a guerra, vai a guerra, fica a terra.

Cf. Provérbios: "guerra" + Guerra + Provérbios populares sobre a guerra + in Portal da Literatura guerr