Português na 1.ª pessoa - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Quando não há palavras para tudo...
Exemplos de catacrese

«Pernas da mesa» é como se diz das peças que apoiam uma mesa, num processo metafórico a que se dá o nome de catacrese. Este e outros casos são o tema do apontamento a seguir transcrito, do professor João Nogueira da Costa, que o publicou em 14 de outubro de 2018 na página que mantém no Facebook.

Como (não)  publicar erros gramaticais
O verbo haver e os seus tratos de polé
Por José Mário Costa/Sara Mourato

O pobre do verbo haver, volta e meia, lá tem de vir  para o Pelourinho... Não ele, sem culpa nenhuma, mas por causa de quem faz tábua rasa do – provavelmente –  normativo mais básico da gramática.

 

A pandemia e o festival de inanidades
Os miasmas de antanho travestidos de novas palavras

Texto do autor lido no  programa Páginas de Português, emitido pela Antena 2, no domingo, 19/04/2020,  com a participação da professora  Carla Marques, sobre a elaboração de um  glossário de termos associados à pandemia do  novo coronavírus e à correspondente crise sanitária que assola o mundo.

Uma decisão medrosa e indesculpável
O final do ano letivo em Portugal e a pandemia de covid-19

Em Portugal, a pandemia de covid-19 leva o final do ano letivo de 2019-2020 a decorrer sobretudo em regime não presencial, conforme um conjunto de medidas governamentais para evitar a propagação do novo coronavírus. No ensino básico, as aulas são à distância, com recurso a plataformas em linha e reforçadas a partir de 20 de abril de 2020 pelas emissões televisivas do  #EstudoEmCasa (RTP Memória), em apoio também dos alunos sem equipamento informático adequado nem acesso à Internet. Mas estará garantida a igualdade educativa? Em artigo de opinião publicado no Expresso de 18 de abril de 2020 e aqui transcrito com a devida vénia, o economista Luís Aguiar-Conraria critica a solução encontrada, para ele, «a pior possível».

O Acordo Ortográfico em tempos de pandemia
Nuno Pacheco vs. Vital Moreira

«[...] Por cá, tudo o que se relaciona com infecções foi amputado de uma letra pelo velho vírus ortográfico (ou “ortogravírus”, como queiram) e passou a infetado, infetada, infecioso, infeção, infeções, infetou, infetar, desinfeção. Pois bem, já que o acordo ortográfico de 1990 é para o universo da língua portuguesa, supunha-se que tal grafia seria comum a todos os países. Mas não. No Brasil, como já aqui se referiu, a norma desta família de palavras não se alterou (está, aliás, igual à que Portugal praticava antes do acordo): infectado, infectada, infectados, infecção, infecções, infecciosas, infectologista, desinfecção», escreveu o jornalista Nuno Pacheco no jornal Público, no dia 16 de abril de 2020.

Rebatendo-o no blogue Causa Nossa, contrapõe o jurista e constitucionalista  Vital Moreira: «O que o autor não diz, propositadamente para criar a confusão, é que no Brasil essas palavras se escrevem com o tal c porque assim se pronunciam, sendo esse um dos vários casos da diferença de pronúncia das mesmas palavras nos dois lados do Atlântico (facto e fatocontacto e contatoperceção e percepçãoetc.)».

Um e outro textos desta controvérsia  ficam disponíveis, aqui e aqui  

 

Enquanto combatemos o novo coronavírus, <br>o velho “ortogravírus” não pára
«...Só em Portugal é que há “infetados” em vez de infectados»

 

«Sabem o que é o “impato” da pandemia? Ou a propriedade “inteletual”? Ou os “artefatos” que a PJ encontrou? Ou a “seção” do talho? Ou o “fato de não irem” sabe-se lá onde? Ou alguém ter ficado “estupefato” com alguma coisa? Se não sabem, deviam saber. São alguns dos recentes efeitos de um vírus que se instalou na escrita portuguesa (mas também na fala: esta semana, na televisão, alguém falou em “adetos” de um clube) e não há maneira de ser erradicado. Está um pouco por todo o lado, desde o oficialíssimo Diário da República aos jornais e à televisão.»

[Artigo* do jornalista português Nuno Pacheco, crítico recorrente do Acordo Ortográfico de 1990 – cujo contraponto, "Sebastianismo ortográfico", da autoria  jurista Vital Moreira, deixamos igualmente transcrito, aqui. Cf. "O Acordo Ortográfico em tempos de pandemia".]

*in Público no dia 16 de abril de 2020.

 

Sebastianismo ortográfico
A propósito da escrita de infeção no português europeu

 «Confesso que não deixo de admirar a pequena tribo de opositores ao Acordo Ortográfico, os quais, passados mais de dez anos sobre a sua vigência e a sua aplicação generalizada – o que o torna irreversível –, continuam a pugnar pelo regresso à antiga ortografia, com a mesma convicção com que os sebastianistas esperavam o regresso de D. Sebastião.

O caso é tanto mais de admirar, quanto eles insistem sem desfalecimento num pequeno menu de argumentos, em geral de uma enorme fragilidade, como se deduz de mais uma peça de um dos seus mais empenhados ativistas, Nuno Pacheco, no Público, um dos poucos periódicos que se mantém fiel à antiga ortografia.»

[Texto* do autor, rebatendo o artigo "Enquanto combatemos o novo coronavírus, o velho "ortogravírus não pára". Cf. "O Acordo Ortográfico em tempos de pandemia"].

* Publicado no dia 17 de abril de 2020 no blogue Causa Nossa.

 

Viajando pelo Alentejo e pelos seus regionalismos
Na estorreia do Sol, entre as gandulas que se escapuliam pelos campos fora

Manajeiro, a pessoa que dirige o trabalho das ceifas ou outros semelhantes, é o ponto de partida para viajarmos à volta de alguns termos comuns de se ouvirem no Alentejo. Uma viagem, que passa pelas borregas, pelas cabras, pelas roeduras e pelos cagaços, lembrand-nos o quão rica é a nossa língua. 

Como se escreve <i>Portugal </i> na China?
... e no Vietname? E na Coreia?

Na continuação da sua viagem, o professor e tradutor Marco Neves explora as diferentes formas de se dizer Portugal em países asiáticos como Vietname, China, Japão e Coreia. Um texto publicado no blogue Certas Palavras no dia 16 de abril de 2020.

 Artigo escrito de acordo com a norma  ortográfica de 1945. 

Máscaras de ontem e máscaras de hoje
Da evolução dos sentidos e dos usos

A palavra máscara entrou na lista dos vocábulos mais usadas, por via da pandemia do covid-19.  A professora Carla Marques reflete, neste apontamento, sobre os seus significados e a sua importância social e cultural. Um longo caminho que diverge  dos contextos de uso e referência que atualmente preenchem o nosso quotidiano lexical.