Tão ou mais decionante do que as exibições da seleção portuguesa no Eurofutebol de 2020 só a sua cobertura audiovisual intramuros: excessiva, como se nada no mundo fosse mais importante no país e no mundo*, repetitiva nas horas a fio em espaços de intermináveis debates sobrepostos nos quatro canais de informação. Ainda por cima, socorre-se do palavreado habitual do futebolês mais básico, enchendo de ruído ao pior estilo radiofónico as transmissões televisivas – como se quem estivesse a assistir em direto, em casa ou num qualquer espaço público montado para o efeito, fosse um mero ouvinte com a telefonia à escuta do que só "vê" do que lhe conta o relator... por regra aos berros. Pior só mesmo ouvir, repetidamente, os "Rónaldos" ¹, os "Sanchez" ², os "Féliks" ³ e demais pontapés na linguagem minimamente escorreita.
¹ Tão simples, a regra, como se volta a lembrar aqui: em Ronaldo – tal lcomo nos nomes Rodrigues, Rodrigo ou Rolando –, a tónica não está na primeiro o, mas na segunda sílaba. O contrário, precisamente, de acordo, consolo, ferrolho, gosto ou piolho.
² O apelido português do jogador até vem escrito por trás da camisola: Sanches (e não "Sanchez", em espanhol).
³ Diz-se "Félis" e não "Féliquesse", como se esclare aqui, aqui e aqui.