1. No Consultório, retoma-se o tema da pontuação do discurso direto e das frases intercaladas associadas, bem como o emprego de terno na aceção de «indumentária de três peças» (aquilo a que se chama fato em Portugal). Três perguntas completam a atualização, uma sobre a identificação dos valores aspetuais de uma frase, outra a respeito do aportuguesamento de um latinismo e outra, ainda, acerca dos significados de predisposição, suscetibilidade e vulnerabilidade na área da saúde.
2. A região do Alentejo é conhecida pelos seus apelidos, muitos com origem em alcunhas, como é o caso de Cavalão, nome de família que pode ter origem na alusão ao feitio irrequieto de um antepassado. A propósito deste tema, a Montra de livros apresenta o Tratado das Alcunhas Alentejanas, da autoria de Martins Ramos e Carlos Alberto da Silva (Edições Colibri, 4.ª edição, 2013), que reúne perto de 13 mil alcunhas alentejanas, precisando a sua origem e distribuição nesta região do sul de Portugal.
Em Portugal, apelido e alcunha são, respetivamente, sobrenome e apelido no Brasil.
3. Na rubrica O Nosso Idioma fica em linha um apontamento da linguista Ana Sousa Martins sobre o uso do pronome pessoal nós no discurso público referente ao problema da violência doméstica em Portugal (texto originalmente lido na rubrica "Cronigramas", do programa de rádio Páginas de Português, do dia 17/03/2019).
4. Capitão tem o feminino capitã, segundo os dicionários gerais, mas o título do filme norte-americano Captain Marvel, em exibição, levanta problemas à tradução. No Brasil, diz-se e escreve-se Capitã Marvel, mas, em Portugal, a obra é anunciada como Capitão Marvel, porque, conforme declarações prestadas à revista Visão pelo gabinete de Relações Públicas da Forças Armadas Portuguesa, «não existe capitã nem aqui, nem em nenhum ramo das Forças Armadas». Por outras palavras, em Portugal, falando de hierarquia militar, os postos são denotados pelos nomes masculinos, que assim se tornam nomes comuns de dois géneros, como já assinalámos na resposta "Ainda o feminino de capitão" (19/03/2013).
5. Dois registos finais para eventos organizados com o objetivo de conhecer melhor e promover a nossa língua comum:
– a experiência estimulante que foi trazer a companhia de teatro Furabolos, da Galiza a Lisboa, para descobrir que, afinal, portugueses e galegos ainda se entendem (pelo menos, linguisticamente), conforme relata Fausta Cardoso Pereira, no texto "Galego-português – da teoria à prática", publicado na revista digital galega Palavra Comum em 15/03/2019;
– o anúncio da realização do XXXI Colóquio da Lusofonia, marcado para os dias 12 e 15 de abril de 2019, em Belmonte (Castelo Branco), em Portugal – em destaque os 20 anos do referendo que conduziu à independência de Timor-Leste.