Literariedade em português
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Literariedade em português
1. Quando falamos de texto literário, referimo-nos a um tipo de discurso que tira partido de certas potencialidades da língua para oferecer as palavras à sua fruição. Perante um poema ou uma criação em prosa, somos chamados a decifrar expressões e frases, atividade a que a ideia de literariedade dá rumo, abrindo campo para a busca da coerência do conteúdo e da forma. No consultório, a presente atualização centra-se justamente nesses usos tão especiais em três novas respostas, que interpretam o valor da...
Da correção de início ao "decasseguês"
1. Sem negar o papel da intuição na fala e na escrita, os juízos de correção linguística têm sustentação frágil quando simplesmente baseados na maneira como a cada qual soa esta palavra ou aquela frase. É frequente resvalar para apreciações difíceis de generalizar ou confirmar; e, curiosamente, esta atitude não é alheia à doutrina e à tradição prescritivas, com autores e visões por vezes em conflito. Por isso, vale a pena refletir um pouco – como se faz na presente atualização do consultório –...
Aspas, hífenes e a palavra folclore
1. Ao consultório, chegam três novas questões:
– Aspas direitas, encurvadas, inclinadas... Afinal, como havemos de escrever as aspas?
– «Janelas de cor azul anil», «janelas de cor azul-anil» ou, simplesmente, «janelas de cor anil»?
– Como surgiu o substantivo folclore em português? Que significado e que conotações tem hoje a palavra?*
* Na imagem ao lado, A Volta da Feira (1905, Coleção Millennium-BCP), de José Malhoa (1855-1933).
2. Entre...
Dos advérbios de modo ao género gramatical
1. «Arduamente e lentamente», ou «árdua e lentamente»: o que é melhor? A resposta encontra-se no consultório, onde se levantam outras dúvidas: deve dizer-se e escrever-se «a fim que...», ou «a fim de que...»? Qual o plural de vígil, adjetivo que se aplica a quem permanece acordado? Na rubrica Controvérsias, ainda a propósito da expressão «os Portugueses e as Portuguesas», que ultimamente ocorre em vez do masculino «os Portugueses», empregado genericamente, disponibilizam-se os textos...
Uma questão de género: «Portugueses», ou «Portugueses e Portuguesas»?
1. Uma língua é uma visão do mundo: mencionam-se com frequência as palavras saudade e jeito ou o contraste entre ser e estar, como marcas culturais do mundo de língua portuguesa. Vem, assim, a propósito a polémica gerada em Portugal por uma crónica publicada no jornal Público (12/02/2016), na qual o autor, o escritor Miguel Esteves Cardoso (MEC), critica acerbamente o uso recente de «os Portugueses e as...
Da flexão adjetival à questão ortográfica
1. No consultório, retoma-se o tópico da flexão de certos adjetivos, a propósito do adjetivo marrom, que tem plural (marrons), mas mantém estas formas tanto no masculino como no feminino. Outra questão liga a etimologia à morfologia e à ortografia: porque se diz e escreve asteroide, com e no meio, se este substantivo parece ter relação com astro? Na Montra de livros, apresenta-se Português...
O ch de cheque e o x de xeque
1. Porque será que numas vezes se usa x, e noutras, ch, para representar o mesmo som? Existe alguma regra? Pode dizer-se que, no meio de palavra, se escreve geralmente x depois de ditongo, como acontece com baixo e seixo; contudo, a distribuição dos dois grafemas – o ch de cheque e o x de xeque – só por razões etimológicas se entende...
Língua poética e patronímicos
1. A presente atualização traz para o consultório três novas perguntas com um tema comum: a identificação de figuras de estilo no discurso poético em português. Fala-se, assim, de hipálage acerca de um poema de Ricardo Reis, um dos heterónimos de Fernando Pessoa (1988-1935); comenta-se uma enumeração que ocorre em versos de outro heterónimo pessoano, Álvaro de Campos; e, finalmente, recua-se até ao século XVI, ao encontro da anástrofe, da perífrase e da metáfora em versos...
Variações vocabulares
1. Perante uma série de formas linguísticas equivalentes e igualmente aceitáveis, será possível identificar uma melhor que as outras? Serão a norma e a padronização inimigas da variação? Ou o problema, sem residir propriamente nas variantes, tem antes que ver com a sua proliferação? E a quem caberá a decisão de as limitar? É esta a discussão que subjaz a três novas perguntas em linha no consultório: diz-se sem erro nem hesitação «centésimos de segundo», mas tem sentido empregar «centésimas de segundo»? Para...
Da ortografia à terminologia, de França à Galiza
1. Depois da brevíssima interrupção do Carnaval, o Ciberdúvidas regressa neste dia às atualizações e, para começar, retoma o (eterno) debate da ortografia do português. No Pelourinho, a desleixada aplicação das novas regras ortográficas num jornal português que passou a segui-las motiva um comentário de José Mário Costa, sobre esses e outros erros – que não só ortográficos – nos media nacionais. Na área das Controvérsias da rubrica Acordo Ortográfico,...
