1. Quando falamos de texto literário, referimo-nos a um tipo de discurso que tira partido de certas potencialidades da língua para oferecer as palavras à sua fruição. Perante um poema ou uma criação em prosa, somos chamados a decifrar expressões e frases, atividade a que a ideia de literariedade dá rumo, abrindo campo para a busca da coerência do conteúdo e da forma. No consultório, a presente atualização centra-se justamente nesses usos tão especiais em três novas respostas, que interpretam o valor da enumeração, da comparação ou da aliteração em expressões e frases de autores portugueses*. Numa outra resposta, mostra-se que estas figuras de estilo podem também ocorrer em provérbios e aforismos – por exemplo, a propósito do tempo, que não para.
* Na imagem ao lado, Tontura (1962), poema visual de E. M. de Melo e Castro.
2. Sabe aplicar corretamente os acentos gráficos (agudo, grave e circunflexo)? Na rubrica Pelourinho, um apontamento de Paulo J. S. Barata assinala dois dos poucos casos de emprego do acento grave (`), o qual, no entanto, tem grande importância e não pode ser descurado, porque se apõe a uma palavra de alta frequência: a recorrente e famosíssima contração à, conhecida no Brasil como crase.
3. No programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 4 de março (às 13h15* na RDP África; repete no sábado, 5 de março, depois do noticiário das 9h00*), pergunta-se a Sandra Duarte Tavares: como é que se deve dizer – álibi ou alibi? O Páginas de Português de domingo, 6 de março (pelas 11h30*, na Antena 2), vai à Galiza falar com Antía Cortizas Leira, presidente da Associação de Docentes de Português daquela região autonómica espanhola.
* Hora oficial de Portugal continental.