1. Porque será que numas vezes se usa x, e noutras, ch, para representar o mesmo som? Existe alguma regra? Pode dizer-se que, no meio de palavra, se escreve geralmente x depois de ditongo, como acontece com baixo e seixo; contudo, a distribuição dos dois grafemas – o ch de cheque e o x de xeque – só por razões etimológicas se entende cabalmente, relacionadas com um contraste fonológico que a norma-padrão perdeu, mas que parte dos dialetos setentrionais de Portugal ainda mantém. A propósito das muitas dúvidas que a escrita de x e ch ocasiona, o Pelourinho divulga um apontamento de Paulo J. S. Barata sobre a confusão de coxo com cocho nas legendas de um programa de um dos canais da televisão portuguesa.
2. Outras dúvidas em foco nesta atualização, mais precisamente no consultório: que significa a palavra espirado num texto do historiador e escritor quinhentista João de Barros (1496-1570)? Estará errado pronunciar a palavra fêmea com e aberto? O substantivo sorriso tem complemento na expressão «o sorriso da Maria»?
3. O programa de rádio Língua de Todos de sexta-feira, 19 de fevereiro (às 13h15* na RDP África; repete no sábado, 20 de fevereiro, depois do noticiário das 9h00*) é dedicado ao português de Moçambique e a certos usos sintáticos que lhe são característicos, como o uso de nascer como verbo transitivo. O Páginas de Português de domingo, 21 de fevereiro (pelas 11h30*, na Antena 2), entrevista Angelina Costa, coordenadora adjunta do Ensino do Português no Estrangeiro, a respeito do aumento do número de alunos de português na Namíbia, o qual cresceu de 280 para 1800.
* Hora oficial de Portugal continental.