1. Sobre o uso de haver como auxiliar («haver de»), uma dúvida: por exemplo, falando de medicamentos, se se diz já com valor de futuridade que «hão de resultar», não será «haverão de resultar» uma construção redundante e, portanto, dispensável? No Consultório, outras perguntas completam a atualização: o que significa o regionalismo ervanço? As palavras subtrama e geniturinário estão bem formadas? E porque está incorreta a frase «não estou confiante "se" ela está boa»?
2. No glossário organizado pelo Ciberdúvidas sob o título "A covid-19 na língua" (O nosso idioma), estão disponíveis seis novos registos: ajuntamento, desobediência, festas, jovens, ozono e testagem.
3. Disponível fica igualmente, na rubrica O nosso idioma, a reflexão desenvolvida pela professora Carla Marques para o programa Páginas de Português (Antena 2) em 21/06/2020, associando a recente vandalização da estátua de António Vieira em Lisboa à memória da ação humanitária do diplomata português Aristides de Sousa Mendes.
4. Ainda relativamente ao Páginas de Português de 21/06/2020, transcreve-se na rubrica Acordo Ortográfico o apontamento dado neste programa pela linguista Margarita Correia, presidente do Conselho Científico do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, sobre pluricentrismo do português e do papel do AO de 1990, no respeito pelas especificidades fonológicas de cada país lusófono.
5. «Maior investimento, articulação estratégica no conjunto da CPLP e cooperação internacional [...], sem medo de perda de protagonismos nacionais [...]», para melhor projetar e difundir a língua portuguesa, são as necessidades detetadas num pequeno volume intitulado O Essencial sobre a Língua Portuguesa como Ativo Global, coordenado por Luís Reto, ex-reitor do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa. Na rubrica Montra de Livros apresenta-se este livrinho, que dá ao leitor a noção do muito por fazer para consolidar e tirar partido económico da atual posição do português entre os dez idiomas mais falados no mundo.
6. Fazendo referência ao lançamento do referido livro, é de assinalar a entrevista que o embaixador Luís Faro Ramos, presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, concedeu ao jornal Público em 21/06/2020. Duas mensagens ressaltam desta peça conduzida pela jornalista Leonete Botelho: «Portugal não é o dono da língua», mas «o esforço na sua projeção e ensino não pode ser só de Portugal».
7. Por último, mencionem-se:
– a exposição Luzes da Cidade, a respeito dos velhos letreiros luminosos de Lisboa e que está patente no bairro lisboeta de Alvalde a partir de 25/06/2020, numa forma alternativa de contar a história das cidades pelos seus nomes e grafismos comerciais (ler notícia no Público de 21/06/2020; na imagem à esquerda, foto de Tiago Petinga, em A Vida Portuguesa, 14/08/2015);
– ainda a propósito da indicação dos nomes identificativos dos espaços lisboetas, o trabalho "Tipologia de placas toponímicas de Lisboa", em linha desde 17/06/2020 nas páginas do projeto getLISBON;
– a oportunidade de, em 23/06/2020, às 14h00, no Brasil, ou às18h00, em Portugal, retomar contacto com a destreza romanesca e lexical camilianas no seminário em linha "Camilo e os estudos comparados", organizado pelo Grupo Camilo Castelo Branco, da Universidade de São Paulo.