Os termos da linguagem médica levantam problemas que a codificação ortográfica nem sempre consegue resolver. Será este um caso.
Muitos termos são compostos morfológicos, isto é, formados por radicais geralmente de origem grega, e escrevem-se habitualmente sem hífen, constituindo uma única palavra gráfica. A palavra em questão tem a forma geniturinário há já bastante tempo (pelo menos, desde 1940, no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa), uma grafia que o acordo ortográfico vigente não abrange nem altera.
Quanto a genito-urinário não é uma forma impossível, porque representa a coordenação de dois adjetivos: genital e urinário. Contudo, também são antigos outros termos em que genito- aparece agregado ao elemento seguinte, sem hífen – genitocrural, genitofemoral –, e sendo assim, parece não haver razão para rejeitar geniturinário nem para favorecer genito-urinário.