1. É uma das possíveis definições da palavra tragicamente mais lida e ouvida no espaço mediático dos últimos dias. Primeiro – como se lhe referia a jornalista Rita Pimenta na sua crónica semanal do jornal Público do dia 18 p.p., a propósito do incêndio num prédio de 23 andares e 200 apartamentos em Londres e das 58 vítimas mortais até esta data contabilizadas, fora os residentes ainda não encontrados. Depois, no ainda mais devastador e trágico incêndio – este florestal – em Pedrógão Grande, no centro de Portugal, em perdas humanas, animais e destruição absoluta, pelo fogo que tudo «lavra e devora», quilómetros a fio.
[Algumas respostas e artigos relacionados com as palavras fogo e incêndio disponíveis no arquivo do Ciberdúvidas: A etimologia de fogo (a propósito de Terra do Fogo) + Metáfora, personificação e catacrese na expressão «esse vento que sopra e ateia os incêndios» + O uso do aumentativo de fogo + «Não há fumo sem fogo» + «Brincar com o fogo!» + FOGO DE ARTIFÍCIO + FOGO-FÁTUO + Qual o feminino de bombeiro? + «Surgem...», ou «surge grande parte dos incêndios»? + «quando se faz fogueiras», ou «quando se fazem fogueiras»? + [O correto uso do verbo] evacuar]
2. No último episódio emitido pela RTP da nona série do magazine Cuidado com a Lingua!, com o tema da estiva e dos estivadores, uma precisão aí resgistada teve que ver com o diferente significado das palavras estada e estadia. Sendo um facto que o seu uso indistinto diluiu a respetiva diferença semântica, a verdade é que ela prevalece, do ponto de vista do rigor vocabular. É o que sustenta a professora Maria Regina Rocha, consultora linguística do programa, no texto A confusão (recente) entre estada e estadia, que deixamos disponível na rubrica O Nosso Idioma.
3. A interrupção da atual série do Cuidado com a Língua! e a sua transmissão errática e irregular pela televisão pública portuguesa – tendo ficado por emitir os seus dois últimos episódios, e sem qualquer aviso aos telespectadores – gerou várias observações críticas a quem assim procedeu na RTP.*
* Foram os casos da deputada e ex-ministra da Cultura Gabriela Canavilhas, no programa Um Certo Olhar, na Antena 2, do dia 16/06 [entre o minuto 04'10'' e o minuto 05'56'']; do advogado e escritor Domingos Lopes ("Cuidado com a Língua e sobretudo com a RTP1") e do economista e ex-ministro António Bagão Félix ("Cuidado com a Língua!"), ambos no jornal "Público"; e, no jornal "i" do dia 14/06, o jornalista Eduardo Oliveira e Silva, referindo-se igualmente à situação de «morte lenta» do Ciberdúvidas (no ponto 3 da crónica "Política e politiquice").
4. Da presente atualização do Ciberdúvidas, no consultório, prestamos quatro esclarecimentos: sobre o pretérito perfeito do indicativo explicado a estrangeiros, a regência do verbo telefonar e o latinismo vico; e por que razão dizemos (e escrevemos) «duzentos e cinquenta» e «vinte e cinco».