1. No ano em que o Ciberdúvidas completa 25 anos de existência, EntreCampus, a revista de investigação do ISCTE, entrevista José Mário Costa, cofundador do Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Uma conversa sobre a história e a missão do projeto, que não esquece a evolução das perspetivas sobre a língua que tem vindo a incluir, a relação com o Acordo Ortográfico de 90 e a integração no ISCTE: um conjunto de ideias-chave que contribuem para a definição do papel que o Ciberdúvidas pode (e gostaria de) assumir no futuro no campo de defesa da língua portuguesa, sem esquecer a necessidade de modernização tecnológica do espaço virtual onde o Ciberdúvidas faz a divulgação dos seus conteúdos e é acompanhado pelos seus leitores e consulentes (entrevista completa).
2. Quando nos dirigimos a um grupo formado por pessoas de diferentes sexos, qual a expressão a usar: «meus caros» ou «minhas caras»? A primeira resposta desta nova atualização do Consultório aborda o tema tanto numa perspetiva normativista como considerando as mais recentes opções de respeito pelo género na língua. Várias respostas incluídas nesta atualização tratam questões de âmbito lexical: as relações entre os verbos alargar e alongar, a utilização preferencial de candidatar-se face ao uso de aplicar e a ausência de registo dicionarístico do termo "biandria", cuja ideia poderá ser referida pela palavra bigamia. Para terminar, propõem-se duas análises para o enunciado «Palavra que vi moço» e aborda-se a questão da origem do topónimo Porto Pim (da ilha do Faial, nos Açores).
3. Na Montra de Livros, apresenta-se a obra Alpalhão. Palavras, falares e modos de dizer de uma vila do Alentejo, da autoria do médico-veterinário José Caldeira Martins. Uma publicação sobre a qual se afirma: «Elaborado por um não especialista, Alpalhão é exemplo meritório do que se pode fazer em muitas vilas e aldeias em matéria de valorização do património, apesar do despovoamento e, portanto, do risco de descontinuidade cultural. Descendentes de antigos alpalhoenses (ou alpalhoeiros) de gema, eventuais novos habitantes e o público em geral, todos ganham certamente com a consulta desta obra não só pelo que tem de inconfundivelmente local e diverso, mas também pelas afinidades que possa revelar com regiões diferentes, dentro do território de Portugal e até fora, em Espanha e mais além, já que Alpalhão é vila não longe da raia.»
4. Na rubrica Literatura, partilhamos, com a devida vénia, a entrevista que a escritora Paulina Chiziane, vencedora do Prémio Camões, edição de 2021, deu ao jornal Público, na qual fala da mudança que o prémio trouxe a si e à sua literatura. Um texto que mostra a mulher, a escritora, as suas causas e a relação com a língua portuguesa, que sempre usou, como afirma na primeira pessoa, «para negociar a minha essência como mulher, como negra, como africana».
5. A professora brasileira Edleise Mendes propõe que se reflita sobre o percurso formativo dos futuros professores de português, no contexto de uma sociedade em mudança, com exigências gradualmente mais complexas. Neste paradigma, uma formação que incida apenas nos domínios formais da língua sem considerar fatores sociais e culturais parece revelar-se cada vez mais desadequada (crónica divulgada no programa Páginas de Português, da Antena 2, e aqui partilhada com a devida vénia).
6. Na rubrica Controvérsias, a forma como a Europa e o mundo veem o conflito russo-ucraniano leva o professor e escritor António Jacinto Pascoal a expressar as suas dúvidas relativamente ao domínio de determinadas formas de perspetivar os fenómenos, que, não raro, parecem contaminadas por interesses de natureza económica (artigo partilhado com a devida vénia).
7. A professora universitária Margarita Correia vem, neste seu artigo, recordar as situações de injustiça laboral que permitem que cientistas portugueses trabalhem em universidades assegurando aulas a custo zero (divulgado no Jornal de Notícias e aqui partilhado com a devida vénia).
8. Foi descoberto na biblioteca da Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, Clavis Prophetarum, o original do único livro escrito por Padre António Vieira, considerado perdido há muito. A responsável por este achado, a investigadora portuguesa Ana Travassos Valdez, está também a preparar uma edição crítica (notícia).