O substantivo bombeiro é masculino e é assim que se encontra registado. Cujo feminino seria, pois – repetimos: seria –, a bombeiro, tal como acontece com artista, camarada, jornalista, contribuinte ou bebé.
Sucede que este é um dos casos em que o género da palavra correspondeu a tempos já ultrapassados, quando determinadas profissões ou cargos eram ocupados apenas por homens. Veja-se os exemplos de presidente, estudante, de aspirante, ou, até, de oficial.
Há duzentos, trezentos e mais anos, como não havia mulheres a fazer carpintaria, não se dizia carpinteira; sequer advogada ou solicitadora; ou, até, médica, veterinária, agrimensora, etc., etc., etc.
Ainda hoje há acaloradas resistências em aceitar a tendência natural na formação do feminino na língua portuguesa. Seja nos substantivos terminados em -nte (se é infante/infanta, governante/governanta, porque não presidente/presidenta?!), seja, por maioria de razão, nos substantivos terminados em -o átono (adjunto/adjunta, aluno/aluna, enfermeiro/enfermeira, farmacêutico/farmacêutica ) e em -or (condutor/condutora, escritor/escritora, pastor/pastora, professor/professora, remador/remadora).
Decorrente do que acima fica exposto, o feminino de bombeiro é, naturalmente, bombeira. É assim, de resto, que se auto-intitulam as cada vez mais mulheres que exercem tão nobre missão de nos proteger dos incêndios...