Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
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Roberto Andrade Corne Junior Servidor Rio de Janeiro, Brasil 42

Li diversos textos sobre o assunto (inclusive um dos Senhores) e, com a leitura dos textos, fica claro que o entendimento é: neologismo é uma coisa, e estrangeirismo é outra.

Porém... bate uma dúvida cruel: quando aportuguesamos uma palavra, não estamos diante de um neologismo?

Não dá para entender xampu, que é da gente como estrangeirismo.

O gramático Fernando Pestana cita que alguns gramáticos consideram os estrangeirismos como neologismos:

«Além disso, muitos gramáticos entendem que os estrangeirismos são neologismos, uma vez que palavras novas (mesmo que estrangeiras) podem ser incorporadas à nossa língua.»

Entretanto eu nunca vi esses gramáticos! Na gramática do autor citado, ele também faz a distinção de um termo para outro e cita também que o estrangeirismo também pode ser adaptado, ou seja, ele parece ser contrário a minha "estranha" visão.

Obs.: Até a palavra estrangeira, quando passa a ser usada de maneira inédita pelos falantes de português, eu acho que pode ser uma espécie de neologismo.

Podem me ajudar? 

Maria Quintino Professora Lisboa, Portugal 45

Sei que o tema já foi aqui trazido, mas sem contextualização.

Tenho, infelizmente, passado algum tempo num determinado cemitério e tenho ficado intrigada com o facto de as lápides das campas e dos ossários dizerem todas «À memória de».

Contudo, nas placas colocadas nos ossários – em particular, mas não só –, existe a nítida intenção de recordar alguém e não, propriamente, a de homenagear ou dedicar o espaço / a placa a alguém.

Assim, no meu entender, a inscrição mais correta deveria ser «Em memória de» fulano tal, em vez de «À memória de...», mas não tenho encontrado nenhuma que corrobore o meu ponto de vista.

Será que estou enganada?

Diogo Maria Pessoa Jorge Morais Barbosa Estudante Lisboa, Portugal 46

Sempre ouvi e li a expressão «da noite para o dia». No entanto, topei agora com um «do dia para a noite».

É também uma expressão correta? A outra é mais «consagrada», digamos assim?

Obrigado

Ricardo Freitas Lisboa, Portugal 42

Gostaria de saber se a palavra irresolubilidade existe. Aqui, enquanto «qualidade do que é irresolúvel».

Não encontro em dicionários, com exceção do dicionário online Priberam.

Na Internet, encontro entradas referentes a documentos de natureza académica.

Gostaria de ter a certeza que posso usar o termo.

Muito obrigado.

AMANDA SOARES PEREGRINO Revisora Recife, Brasil 44

Essa questão surgiu após um impasse que tive com um colega, também revisor de texto, a respeito do uso do verbo “estar” com pronomes acusativos como o, lo, no. Gostaria, portanto, de esclarecer alguns pontos e, se possível, obter exemplos de uso literário dessas construções.

Em frases copulativas, como:

“O aluno está cansado”

“A porta está aberta”

“Tu estás feliz?”

seria possível substituir o predicativo por um pronome acusativo, formando expressões como “O aluno está-o”, “A porta está-o” ou “Tu está-lo?”? Essas formas aparecem em algum registro literário, regional ou arcaico do português?

No português europeu, na locução estar + a + infinitivo, há diferença entre “Ele está-o a fazer” e “Ele está a fazê-lo”? Existe preferência normativa ou diferença de estilo entre as duas formas? Quando o pronome sobe para o auxiliar (estar), as adaptações fonéticas continuam válidas?

Por exemplo: estás + o → está-lo; estão + o → estão-no.

Formas como “Tu está-lo a terminar” ou “Eles estão-no a construir” são aceitas?

No português do Brasil, com estar + gerúndio, qual das opções é mais adequada ou usual: “Ele o está fazendo”, “Ele está fazendo-o” ou simplesmente “Ele está fazendo isso”?

Por fim, fora das locuções (estar a + infinitivo / estar + gerúndio), é possível empregar “Ele está-o” (sem verbo posterior) para retomar algo já mencionado, equivalente a “Ele está nisso”?

Agradeço desde já pela atenção e, se possível, gostaria de exemplos de uso literário (clássico ou moderno) dessas construções, caso existam. 

Obindinachukwu Desiré Yema Estudante de Matemática São Paulo, Brasil 306

Entro em contato para sanar uma dúvida que me acompanha há algum tempo. Trata-se da locução «com que».

A construção completa é a seguinte:

«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara, contendo as lições de um quase nada daquela língua que ele aprendera quando seminarista.» (Extraído do prefácio da tradução de Irineu Bicudo de Os Elementos de Euclides.)

Para a análise, apenas a primeira oração é importante:

«Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara.»

Minha pergunta é: o que significa exatamente esse «com que» nesse contexto? Como parafrasear essa oração? Seria esse um caso de anástrofe – isto é, uma passagem de «Lembro que, com sentimento de encanto, folheava o caderno que um vizinho me emprestara» para «Lembro com que sentimento de encanto folheava o caderno que um vizinho me emprestara»?

Tenho, porém, fortes dúvidas, porque em minhas pesquisas encontrei outro uso de «com que» que não parece decorrer de uma inversão:

«Mas, com que sentimento inesperado fui surpreendido pela visão quando cheguei diante dela! Uma impressão total e grandiosa preencheu a minha alma, impressão que eu certamente pude saborear e desfrutar, mas não conhecer e esclarecer, porque consistia em milhares de particularidades harmoniosas entre si.”* (Excerto de Escritos sobre Arte, Johann Wolfgang Goethe, tradução de Marco Aurélio Werle, 2008, 2.ª edição.)

Caso seja possível, agradeço se puderem indicar referências sobre essa locução «com que» e seu funcionamento sintático.

Evandro Braz Lucio dos Santos Professor Santa Quitéria , Brasil 42

1. «Ela é linda, linda.»

2. «Ela é uma senhora diretora.»

3. «Ela é linda de morrer.»

Nas frases acima, há superlativo absoluto? Caso haja, ele é sintético? Ou analítico? Ou qual grau está?

Obrigado.

Olivia Douro Estudante Portugal 258

Gostaria de saber por que razão vários dicionários em linha (v.g. Priberam, InfopédiaDicionário da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa) e até o próprio Ciberdúvidas registam apenas um único significado para a palavra estadual (definindo-a como se referindo a algo relativo a Estado-membro de uma federação, e, por isso, diferente de estatal) quando a mesma palavra encontra uso em legislação portuguesa.

Uma pesquisa feita a partir do motor de busca no Diário da República em linha mostra que o seu uso mais antigo, pelo menos segundo o sítio, remonta a 1960, se bem que ela continua a ser usada, podendo ser mencionado, por exemplo, o conceito de «derrama estadual».

Qual a origem de estadual relativamente a estatal, e serão então as duas palavras sinónimas?

Agradeço desde já.

 

Paula Pereira Professora Lisboa, Portugal 309

Está correta a utilização da palavra "linque", em substituição do termo link?

Obrigada.

 

Adão Estanislau Aluno do ensino secundário Carcavelos, Portugal 250