DÚVIDAS

Títulos de obras ou de textos em manuscritos
Quando escrevemos num manuscrito títulos de obras ou de textos, como contos e poemas, etc. sempre me ensinaram, quando cheguei ao 8/9ºano, que se deve sublinhar qualquer título deste tipo. No entanto, recentemente, disseram-me que apenas títulos de livros são sublinhados. O resto (títulos de contos, poemas, etc.) é posto entre aspas. Eu aceitei, no entanto, continuou a haver esta diferença entre opiniões de pessoas que conheço. Peço, então, se poderem explicar quando usar uma e outra, uma vez que vou fazer exame de português obrigatório (12.º ano), e gostaria que não ser penalizada por uma coisa que aparenta ser tão simples.
Formação da palavra independência
Gostaria de saber o processo de formação da palavra independência. Parece-me, à partida, que poderíamos considerar a derivação por prefixação, uma vez que juntámos um prefixo à palavra dependência. No entanto, quando pensamos na palavra infelizmente, normalmente consideramo-la derivada por prefixação e sufixação, embora também possamos pensar que juntámos o mesmo prefixo à palavra felizmente. Obrigado.
A regência de complementaridade
Considerando a frase: «A Igreja se enriquece da complementaridade entre os estados de vida: o leigo, evangelizando as realidades temporais; o clérigo, servindo ao povo de Deus nos sacramentos e no governo pastoral; o religioso, sustentando com sua oração todo o corpo eclesial" A preposição entre, que segue o substantivo feminino singular complementaridade, está correta? Ou o correto seria: «A Igreja se enriquece da complementaridade dos estados de vida: [...]»?. E se ambas as palavras são possíveis, quando utilizar a preposição entre e de depois de complementaridade?
A etimologia de rota e roteiro
Prezados especialistas do sítio Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, o melhor sobre nosso idioma que conheço! Escrevo para solicitar, gentilmente, um esclarecimento etimológico e histórico um tanto mais completo quanto possível para uma pesquisa acadêmica. Esta trata dos intitulados «roteiros experimentais» no Brasil (talvez «guias de procedimentos laboratoriais» ou «guião experimental» em Portugal), o que me levou a investigar a origem e a evolução semântica da palavra "roteiro". Minha pesquisa preliminar indica o seguinte: (a) Formação: roteiro deriva de rota + eiro; (b) Raízes latinas: rota pode ter origem em rupta («caminho aberto», do verbo rumpere) ou rotulus («rolo, registro escrito»); e, (c) Contexto histórico: O termo consolidou-se durante as Grandes Navegações para designar textos-guias de navegação detalhados. Gostaria de colaboração para compreender os seguintes pontos: 1. Datação e consolidação lexical: existem evidências textuais (em documentos medievais ou do português arcaico) que permitam datar, mesmo que aproximadamente, o período em que a palavra roteiro se consolidou no vocabulário português comum, diferenciando-se de sinônimos como itinerário ou rota? 2. Prevalência da raiz: qual das hipóteses latinas (rupta ou rotulus) é considerada a raiz dominante pela etimologia acadêmica portuguesa para a palavra rota, e, consequentemente, para roteiro? Proviria do francês route? 3. Evolução semântica do sufixo -eiro: gostaria de um parecer sobre a evolução do sufixo -eiro neste contexto. Seria a analogia com roupeiro (lugar que contém roupas, aqui no Brasil, pelo menos) semanticamente válida para roteiro (documento que contém rotas, instruções, ou caminhos a seguir), justificando a sua transição do meio náutico para o científico e artístico (guias de laboratório, guiões de cinema, etc.)? Esta palavra realmente é um desafio para mim. Agradeço a atenção e o valioso contributo.
A regência de capaz
 O adjetivo capaz exige qual preposição? O Dicionário Prático de Regência Nominal de Luft diz que o adjetivo capaz pode exigir a preposição para: «Para: Cidadão capaz [apto] para algo, para o trabalho. 'Vários tratantes e algumas pessoas capazes para intermédios'". (Garrett: Cruz) Porém, achei apenas a preposição de em todos os dicionários consultados por mim (Priberam, Aulete...). Desde já, agradeço-lhes a atenção.
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