O narrador (presença e ciência)
Sou professora de 1.º ciclo e surgiu uma dúvida num texto. Não sei se se trata de um narrador participante ou não participante. Passo a transcrever:
Decididamente, o meu amigo Inocêncio, com o seu espírito fraco e facilmente influenciável por tudo e por todos, há de acabar por acabar mal... Ora imaginem para o que lhe deu: sentindo-se ligeiramente indisposto foi a conselho da esposa e pela primeira vez na sua vida ao médico.
— Todo o seu mal deriva do pâncreas!
— De quem, doutor?— inquiriu alarmado o Inocêncio...
O texto continua sempre na 3.ª pessoa do singular. Mas, como começa na 1.ª pessoa do singular, surgiu a dúvida.
Aparte e monólogo
Como explicar aos alunos, exatamente, as diferenças e semelhanças entre estes dois conceitos, no âmbito do estudo do texto dramático: aparte e monólogo.
Discurso indirecto: vir e ir
Qual a regra que sustenta a passagem do verbo ir para vir quando se passa do discurso direto para indireto?
Por ex.:
«Vim cá hoje com muito sacrifício só para te dizer adeus», disse o velho do realejo à miúda.
O emissor do discurso indireto é o narrador, não a miúda.
Acerca do significado do verbo achar
Gostaria de saber se o verbo achar na primeira pessoa do presente do singular é dúvida ou afirmação. Ex.: «Acho que amo você.»
O momento narrativo
O que é o momento narrativo?
A 1.ª pessoa e o discurso directo
Estou com uma dúvida sobre textos narrativos. Quando narramos em 1.ª pessoa, usamos sempre o discurso direto? E o que são rubricas que servem de orientação para atores e diretor?
Obrigada!
Discurso directo. A clareza
Gostaria, se fosse possível, que as minhas dúvidas fossem esclarecidas pelo dr. D´Silvas Filho, cuja clareza de raciocínio e de expressão eu admiro profundamente.
Tenho algumas dúvidas que têm que ver com o discurso directo. Como devo pontuar as frases seguintes?
Exemplo 1:
— Que belo carro! — exclamou Pedro. — Gostava que fosse meu.
ou
— Que belo carro! — exclamou Pedro — Gostava que fosse meu.
Exemplo 2:
— Queres vir comigo? — perguntou Joana. — Não me demoro.
ou
— Queres vir comigo? — perguntou Joana — Não me demoro.
Estão bem pontuadas as seguintes frases?
— Eu não vou — afirmou João. — Estou farto.
— Ela dorme — afirmou Tânia —, mas ouve tudo.
Muito obrigada!
Sobre os tipos de discurso
Posso considerar assertivo, directivo, promissivo e expressivo como tipos de discurso?
Os tipos de discurso cingem-se ao directo/indirecto, ou existem outros? Quais?
Muito obrigado.
Sobre diálogo e pontuação
Desejava saber qual a forma correcta de fazer o seguinte diálogo:
— Desculpa, querido, tu equilibras-te. — Ela largou-o e ele voltou ao seu equilibrismo.
ou
— Desculpa, querido, tu equilibras-te — ela largou-o e ele voltou ao seu equilibrismo.
ou
— Desculpa, querido, tu equilibras-te.
Ela largou-o e ele voltou ao seu equilibrismo.
Estão as três correctas?
Qual a forma aconselhável?
Pontuação no discurso directo
Tenho uma pequena dúvida relativamente a esta questão, que as perguntas no vosso arquivo não me esclareceram completamente.
Concordamos que podemos construir um discurso directo mais ou menos assim:
— Amanhã vai chover — disse o Manuel. — O céu está muito escuro.
Por uma questão de coerência com as normas ortográficas (embora se conceda alguma liberdade de estilo em alguns casos), o ponto final do discurso do narrador encerra também a primeira afirmação do diálogo, começando a fala do narrador em minúsculas.
Mas veja-se este caso:
— Amanhã vai chover. — O Manuel voltou-se da janela para a sala. — O céu está muito escuro.
Ora, não temos aquele momento de explicação do diálogo pelo narrador (apontando o tom com que afirmou, se afirmou ou exclamou, se foi este ou outra personagem a falar…), mas uma informação contextualizadora diferente (neste caso, cinética), que complementa, mas que não comenta o acto do falante.
Assim sendo, a pontuação tal como assinalei está correcta, ou admite-se outra representação?
Em inglês parece muito comum esta situação, substituindo-se pelas aspas os nossos mais tradicionais sinais de pontuação do discurso directo, bem como a criação de núcleos de sentido, parágrafo a parágrafo, conjugando-se em cada um deles a fala de um personagem com o que o narrador tem a dizer sobre ele.
Obrigada.
