É interessante o que este prezado consulente nos apresenta.
As quatro frases estão correctas. Mas a frase «B» só se diz em Portugal com o artigo definido antes de soldado: «(...) todo o soldado (...)».
As quatro, empregadas na mesma situação, indicam a mesma totalidade de soldados. Significam o mesmo. Mas são diferentes no que visualizamos e no que sentimos na presença de cada uma. Mas falta o contexto, para que esse sentir e esse visualizar seja mais nítido em cada uma delas.
Em presença da frase «A», visualizamos um todo coeso, uma unidade formada de unidades – os soldados; e estes, formados de duas unidades: o ser humano e a arma. Visualizamos, e até sentimos, essa unidade formada de outras unidades. É como se o tenente estivesse a ver os soldados formados e armados, constituindo uma unidade. Tudo isto se deve à existência de quatro palavras no plural: Todos os soldados tinham.
Na frase «B», perde-se muito a tal coesão da frase «A», porque as palavras todo, soldado e tinha, por estarem no singular, levam-nos a visualizar soldado por soldado. É um todo menos coeso.
Na frase «C», essa falta de coesão aumenta pela presença da palavra cada. Esta frase pode-nos até levar a imaginar o tenente no quartel e verificar se cada soldado tinha a sua arma. É claro que tudo depende do contexto e/ou da situação. De facto, esta frase presta-se para significar que o tenente se foi certificar de que cada soldado tinha ou não tinha a sua arma.
Realmente, a frase «D» é a que se presta para, em determinado contexto e/ou situação, transmitirmos o seu quê de depreciativo que nos vai na sensibilidade. Isto é devido à presença do vocábulo qualquer, que é uma palavra que não faz distinção.
Estará o nosso consulente de acordo com isto? É evidente que outra pessoa daria outra interpretação. Tudo isto depende da natureza, da individualidade e da personalidade de cada um.