O verbo gostar pertence a um grupo de verbos que, embora sejam considerados intransitivos, precisam de um complemento, iniciado por uma preposição, que lhes complete o sentido. Em algumas gramáticas, tais verbos são considerados transitivos indirectos. Na Gramática Universal – Língua Portuguesa, Texto Editora, Lisboa, 1996, António Borregana diz:
«2. O candidato falou aos eleitores.
Falar é transitivo indirecto e não directo.
3. As gramáticas clássicas não contemplam os verbos transitivos indirectos, talvez porque expressões como esta do exemplo anterior (aos eleitores), dependentes de verbos intransitivos, poderão considerar-se complementos circunstanciais…»
Também Celso Cunha e Lindley Cintra, na Nova Gramática do Português Contemporâneo, referem que:
«1. Objecto indirecto é o complemento de um verbo transitivo indirecto, isto é, o complemento que se liga ao verbo por meio de preposição.
(…)
Ex.:
Duvidava da riqueza da terra. (Nélida Piňon…)
Necessitamos de uma cabeça bem firme na terra, bem fincada na terra! (Augusto Abelaira…)»
Seguindo esta linha de interpretação, da maçã é o complemento indirecto de gostar.