O anglicismo office boy – também se escreve office-boy, com hífen1 –, que literalmente significa «rapaz de escritório»2, tem registo em vários dicionários e guias de uso elaborados tanto no Brasil como em Portugal. Note-se, porém, que o Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa assinala este uso como característico do Brasil; e, na verdade, em Portugal, não sendo desconhecido (ver também o Dicionário Priberam), parecem mais correntes termos como paquete, estafeta ou moço de recados.
Sobre a introdução e difusão deste anglicismo no português, nada consta nas fontes consultadas, mas é de supor que se tenha tornado corrente na segunda metade do século XX, pelo menos, no português do Brasil. Em alternativa a office boy, o termo registado em dicionários brasileiros é efetivamente contínuo ou simplesmente empregado – cf. Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa e Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Também se constata que se diz apenas boy (cf. Dicionário Houaiss).
Observe-se, por último, que, em Portugal, contínuo se usou até há bem pouco tempo como substantivo designativo de um funcionário que, em ambiente escolar, intervém nas áreas da organização, higiene, limpeza e vigilância (Dicionário Priberam); hoje aplica-se o termo «assistente operacional» aos indivíduos que desempenham essas funções.
1 Cf. Maria Helena de Moura Neves, Guia de Uso do Português, confrontando Regras e Usos, São Paulo, Editora UNESP, 2003.
2 No Dicionário UNESP do Português Contemporâneo (São Paulo, Editora UNESP, 2004), grafa-se office-boy, hifenizado, que se define como «jovem que trabalha na rua a serviço de uma firma ou empresa».