A frase apresentada não admite forma passiva.
Quando um verbo é construído de forma reflexa, o sujeito e o complemento direto têm a mesma referência extralinguística, como acontece em (1):
(1) «Eu vi-me ao espelho.»
Nestes casos, a forma passiva não é admitida porque gera frases agramaticais:
(2) «*Eu fui visto por mim ao espelho.»
A mesma agramaticalidade terá lugar se tentarmos colocar a frase apresentada pelo consulente na forma passiva:
(3) «*Tu és chamada por ti Maria.»
O verbo chamar, no entanto, admite um uso transitivo, como acontece em (4):
(4) «O João chama a Maria (de) chefe.»
Neste caso, sujeito e complemento direto têm duas referências extralinguísticas distintas e a frase já admite forma passiva:
(5) «A Maria é chamada pelo João (de) chefe.»
Estas formas são próximas das propostas pelo consulente e comprovam que são construções resultantes de frases ativas com verbos transitivos que têm dois argumentos, sujeito e complemento direto, que representam entidades distintas, pelo que não são equivalentes à frase apresentada inicialmente.
Disponha sempre!