É possível que o castelhano (ou seja, o também chamado espanhol) tenha sido o medianeiro desse tipo de plurais com -n- intervocálico. Contudo, tudo depende da fase da história da lingua em que tais plurais se fixaram na língua.
Os vocábulos eruditos terminados em -n- os que acabam em -an (íman), mais correntes em Portugal – definem uma série vocabular que só começou a ganhar uso com o Renascimento ou pouco depois, portanto, numa época em que o castelhano tinha grande presença na corte em Lisboa (cf. o que se diz sobre a influência do castelhano sobre o português em Assim Nasceu uma Língua, de Fernando Venâncio). É, pois, possível, que abdómenes e gérmenes, que estão documentados desde o século XVI, possam dever a sua configuração à influência ou à transmissão castelhana.
Note-se, porém, que polén só se documenta a partir do século XIX, o que significa que o plural pólenes já pode dever-se à interferência de uma outra língua – o francês ou já o inglês – com certa hegemonia na comunicação científica ou até ter sido tomado diretamente do latim científico. Fica a conjetura, porque as fontes consultadas não se afiguram esclarecedoras quando à origem e transmissão exatas deste vocábulo.