A forma prefixal pró- não é sempre de origem grega. De facto, em muitas palavras – pró-eutanásia, pró-aborto, pró-alemão – tem origem latina, na preposição pro, com vários significados («diante de; em cima de, sobre; por, a favor de; à maneira de; em lugar de; pelo preço de; segundo, conforme; durante, em, dentro de (exprimindo tempo)», Dicionário Houaiss, s. v. pro-).
Em todo o caso, há palavras em que figuram as formas pró ou pro sempre integradas sem hífen em palavras construídas em grego, como sejam prólogo e problema.
Acontece que a acentuação original do grego não é transposta tal e qual para português. Na verdade, os acentos do grego (antigo ou na sua versão científica) e os acentos do português estão sujeitos a regras diferentes, porque se enquadram em alfabetos e regras de escrita diferentes, além de estarem envolvidos num processo de transmissão por via do latim que trouxe alterações na sua colocação.
Assim, por exemplo, πρόλογος, com a preposição e advérbio πρό ("pró") convertida em prefixo, passou ao latim como prolŏgus, e daqui para várias línguas europeias, entre elas, o português, sob a forma prólogo, que mantém ou parece manter a acentuação grega original. Mas o grego πρόβλημα passou ao latim como problēma, forma com acento tónico na penúltima sílaba que tomou formas próximas em línguas mais tardias, como o português, que conservou a acentuação tónica do latim, mas não a do grego.