A questão apresentada insere-se no âmbito das construções comparativas de grau. O grau, que pode corresponder ao comparativo ou ao superlativo, expressa-se por meio de operadores comparativos. No caso particular da construção comparativa de igualdade, os operadores comparativos que se poderão mobilizar serão:
(i) tão (usado com adjetivos e advérbios) e tanto (usado com verbos e nomes), no primeiro termo da comparação;
(ii) como / quanto (com qualquer classe verbal), no segundo termo da comparação.
O segundo termo comparativo pode também ser introduzido pelo advérbio quão, que costuma ser sentido como mais literário. Este é usado normalmente quando se comparam graus de propriedades diferentes na mesma entidade:
(1) «Ela é tão simpática quão compreensiva.»
Assim sendo, respondendo diretamente às questões colocadas pelo consulente:
a) não é possível substituir quanto por quão porque na frase em questão se compara a mesma propriedade em entidades diferentes;
b) embora não seja canónico com uma comparação construída em torno de um adjetivo, é possível, por razões estilísticas, deslocar o advérbio tão para junto do advérbio que introduz o segundo termo de comparação. Neste caso, o advérbio adota a forma tanto1:
(2) «Ela é simpática, tanto quanto compreensiva.»
Ou, no caso da frase em análise:
(3) «Ela é falaz, tanto quanto a ilusão.»
Disponha sempre!
1. in Raposo et al., Gramática do Português. Fundação Calouste Gulbenkian, pp. 2146-2150.