«Tão... como» e «tão... quanto» são estruturas sinónimas usadas na formação do comparativo de igualdade, em que se antepõe «o advérbio tão e se pospõe a conjunção1 como ou quanto ao adjetivo» (Celso Cunha e Lindley Cintra, Nova Gramática do Português Contemporâneo, Lisboa, Sá da Costa, 2001, p. 257), tal como se pode verificar pelos exemplos apresentados:
«Carlos é tão jovem como Álvaro.»
«José é tão nervoso quanto desatento.»
Portanto, são corretas as duas formas para a mesma frase:
«Ele tinha um sorriso tão amarelo como/quanto o dum [indivíduo] que nunca lava os dentes.»
Nota: Importa lembrar que, nas construções comparativas prototípicas, tão e tanto(a/os/as) são os primeiros termos de comparação utilizados, em português, para o comparativo de igualdade: «a forma tão surge com adjetivos e advérbios, como atestado em a) e b), tanto co-ocorre com nomes e com verbos, como mostram c) e d)» (cf. Mira Mateus, Gramática da Língua Portuguesa, Lisboa, Caminho, 2003, p. 733; manteve-se a ortografia do original)2:
a) «O Pedro é tão alto como o pai.»
b) «A raposa corre tão depressa como o galgo.»
c) «Não tenho tantos dicionários como gostaria de ter.»
d) «A raposa corre tanto como o galgo.»
Segundo as linguistas Ana Maria Brito e Gabriela Matos, na obra citada, «tão e tanto(s) co-ocorrem com o conetor como, podendo tanto(s) igualmente aparecer seguido de quanto(s), expressando no seu conjunto o comparativo de igualdade» (idem, pp. 733-734), tal como se observa no exemplo apresentado:
«A Maria comprou tantos dicionários de inglês quantos (os que) se achavam disponíveis na loja.»
1 Cunha e Cintra classificam como e quanto como conjunções comparativas, pois podem iniciar «uma oração que encerra o segundo membro de uma comparação, de um confronto» (Cunha e Cintra, ob. cit., p. 583).
2 Com a aplicação do novo Acordo Ortográfico, a forma co-ocorrer passa a coocorrer. Cf. a resposta "A grafia de cocolaborador".