Os processos de citação adotados em trabalhos académicos1 poderão, creio, ser alargados a outros contextos de produção textual, pelo que me referirei às regras que habitualmente se respeitam neste âmbito.
Antes de mais, há que distinguir dois tipos de citação: a citação curta e a citação longa. A sua apresentação no texto obedece a normas específicas:
(i) citação curta
Considera-se citação curta aquela que tem, no máximo, até três linhas. Neste caso, o texto do autor citado será inserido diretamente no nosso texto, sendo assinalado por aspas e seguido de referência bibliográfica curta (apelido do autor, data da publicação da obra, página(s)).
(ii) citação longa
A citação longa é aquela que tem mais de três linhas. Esta é inserida no texto respeitando os seguintes procedimentos: o texto citado é colocado num parágrafo posterior ao texto de nossa autoria; não se usam aspas; o texto é apresentado num tamanho de letra inferior ao usado no nosso texto; o texto é apresentado com um parágrafo que avança em todas as suas linhas cerca de 4 cm relativamente ao texto principal2.
De acordo com estas normas, e retomando a questão da consulente, não é necessário recorrer ao itálico para assinalar o texto citado. No caso particular dos poemas, poder-se-á adotar a mesma regra, fazendo equivaler os versos ao número de linhas. É de recordar ainda que, quando se insere um excerto de poema no texto principal, este deve aparecer entre aspas e os seus versos deverão ser separados por barras oblíquas (/).
Disponha sempre!
1. Referimo-nos aqui sobretudo aos trabalhos científicos desenvolvidos nas áreas das ciências sociais e humanas, que, habitualmente, seguem as normas APA.
2. Para mais informações, cf. Silva, Manual de Técnicas de Expressão e Comunicação. 2020, pp. 211 e ss.