Os casos existem apenas em línguas declináveis, como o Grego, o Russo, o Alemão, o Latim, entre outras.
Relativamente ao Grego e ao Latim, que são, de entre os exemplos apresentados, aquelas de que possuo um conhecimento mais aprofundado, um dos motivos apresentados para justificar a existência de flexão nominal prende-se com o facto de não existir uma ordem fixa para as palavras numa frase. Em Português, por exemplo, a ordem habitual é sujeito, predicado e complementos. Em Latim ou em Grego, esta ordem não é fixa. Muito embora as gramáticas costumem dizer que o predicado vem no final da frase, isso nem sempre se verifica, sendo várias as razões que levam a essa inexistência de uma ordem fixa das palavras numa frase.
O simples facto de existir uma flexão nominal permite identificar (pela desinência) o caso em que a palavra se encontra e, consequentemente, a função sintáctica que desempenha.
Normalmente o nominativo é o caso do sujeito e dos seus complementos (atributos e apostos do sujeito; nome predicativo do sujeito); o vocativo indica a pessoa a quem nos dirigimos; o acusativo é o caso do complemento directo; o genitivo do complemento determinativo ou de posse; o dativo do complemento indirecto; e o ablativo dos complementos circuntanciais. Verificamos depois, que nem todos os complementos circunstanciais são expressos em ablativo, visto que alguns são expressos pelo acusativo, nomeadamente aqueles que indicam movimento.
Línguas há (como o Grego ou o Alemão) que perderam o ablativo. Nesses casos, os complementos circunstanciais que em Latim são indicados pelo ablativo, nessas línguas são-no pelo dativo e pelo genitivo.
Relativamente ao instrumental (tal como o locativo), considera-se um caso que terá existido no hipotético indo-europeu (a língua mãe do Latim, do Grego, das línguas eslavas, etc.), mas que se terá perdido entretanto. Quanto ao Português, à semelhança das restantes línguas latinas, devido a razões estreitamente ligadas com a perda do acento musical e a crescente influência do acento de intensidade, perdeu totalmente a flexão latina. Daí que não falemos da existência dos casos referidos em Português, mas apenas de funções sintácticas.