O verbo permanecer, dependendo da sua distribuição, pode ser predicativo intransitivo ou transitivo indirecto; vejamos a definição dada pelo Dicionário Houaiss:
«predicativo intransitivo 1 continuar sendo; prosseguir existindo; conservar-se, ficar. Ex.: <chovia, mas a terra permanecia dura> <todos os seus amigos morreram, mas ele permaneceu> [ou] transitivo indireto 2 insistir com pertinácia; persistir. Ex.: permaneceu na sua crença para sempre (...); deixar-se ficar em um lugar por algum tempo. Ex.: permaneceu na Inglaterra por longos anos».
Desta forma, na frase «permaneço em casa», «permaneço» é um verbo transitivo indirecto, e «em casa» é seu complemento (complemento circunstancial de lugar onde/oblíquo locativo); na frase «Permaneço contente», «permaneço» é um verbo predicativo intransitivo/copulativo, e «contente» é o predicativo do sujeito (subententido: «eu»).
Quanto a retilintar, como afirmou, é um verbo intransitivo, como tal, em «retilintaram no chão», «no chão» não é complemento do verbo, é um constituinte opcional, um adjunto locativo.
Sobre oblíquo/adjunto pode pesquisar na nossa página Constituintes com as relações gramaticais de oblíquos e adjuntos.
N. E. (17/02/2022) – Apesar desta resposta, que dá conta de uma análise possível e correta, deve assinalar-se que, em Portugal, no contexto didático e de acordo com o Dicionário Terminológico (DT), documento de apoio ao estudo do funcionamento da língua nos ensinos básico e secundário, «é possível constatar que expressões com valor locativo selecionadas por verbos copulativos desempenham a função de predicativo do sujeito, porque podem ser coordenadas com outros constituintes com a mesma função, independentemente do seu valor: (i) O João está [em Paris e muito doente].» No DT, listam-se, como verbos copulativos, «ser, estar, ficar, parecer (como em "parecer doente"), permanecer, continuar (como em "continuar calado"), tornar-se e revelar-se».