Os casos mencionados na pergunta encontram todos paralelo nos arcaísmos das grandes áreas dialetais de Portugal, em especial, nos chamados dialetos setentrionais portugueses. Trata-se de traços fonéticos e usos conhecidos e tolerados, mas alheios à norma-padrão, cuja constituição se deve em grande parte ao falar das chamadas classes cultas do eixo Lisboa-Coimbra (hoje, considera-se que o contributo lisboeta predomina). Assim:
– A realização da consoante grafada v como o som representado por b é típica do terço norte de Portugal.
– Treição, não sendo a forma padrão, encontra-se hoje esporadicamente nos dialetos portugueses, de norte a sul.
– Já baladeira (= estilingue, isto é, fisga em Portugal), no entanto, não parece ser típica dos dialetos portugueses.
– O ditongo ui em palavras como luita e fruita, variantes de luta e fruta, respetivamente, conserva-se sobretudo nos dialetos setentrionais.