O antecedente do pronome relativo que introduz uma oração subordinada adjetiva relativa é um grupo nominal1. Este pode ser constituído por apenas um nome, como em (1), ou por um nome nuclear e pelos constituintes que gravitam em seu torno, como em (2). Nas frases seguintes destacam-se os antecedentes do pronome relativo entre parênteses retos:
(1) «[Tempo] que gaste a ler é sempre bem utilizado.»
(2) «[O romance de Saramago] que vou abordar nas aulas é o Memorial do Convento.»
O mesmo se aplica ao pronome pessoal da frase aqui transcrita como (3):
(3) «Vi [uma mulher linda] e fotografei-a.»
Neste caso, o pronome pessoal a retoma o grupo nominal «uma mulher linda».
A retoma de todo o grupo nominal observa-se por exemplo no fenómeno de concordância:
(4) «[O cão preto e o periquito amarelo do João] que ganharam prémios são muito famosos.»
Na frase (4), o pronome relativo que retoma o grupo nominal «O cão preto e o periquito amarelo do João», o que desencadeia o fenómeno de concordância do verbo ganhar na 3.ª pessoa do plural.
Disponha sempre!
1. Seguimos nesta resposta o conceito de grupo nominal apresentado no Dicionário Terminológico: «[u]m grupo nominal pode ser constituído exclusivamente por um nome ou por um pronome ou por um nome que co-ocorre com complemento(s), modificadores e determinantes e/ou quantificadores.»