A opção correta será a que se assinala em (1):
(1) «Roma e Pavia não se fizeram num dia.»
Em caso de sujeito composto, a concordância faz-se habitualmente na 3.ª pessoa do plural. O sujeito é, neste caso, composto porque é formado por dois sintagmas nominais («Roma», «Pavia») que se encontram coordenados pela conjunção copulativa e.
Note-se, todavia, que nos casos em que o sujeito é composto, mas engloba dois sintagmas que apontam para um mesmo referente, o verbo surge no singular, como em (2):
(2) «O meu vizinho e meu amigo mora no segundo andar.» (vizinho e amigo referem a mesma pessoa)
Note-se, no entanto, que esta possibilidade não se aplica à frase (1) porque os sintagmas que integram o sujeito referem duas realidades distintas: as cidades de Roma e de Pavia.1
Disponha sempre!
1. Para mais informações, Cf. Cadernos de Língua Portuguesa. Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, p. 22-25.
N. E. (16/12/2023) – Em (1), mantendo a ordem de constituintes apresentada, não é possível o se impessoal (sujeito pronominal indeterminado) e a concordância do verbo no singular: *«Roma e Pavia não se fez num dia». Se houver pausa (p. ex. marcada por uma vírgula), entre o sintagma nominal (neste caso, «Roma e Pavia») e a restante frase, a construção de se indeterminado torna-se aceitável: «Roma e Pavia, não se fez num dia». Ainda em relação a (1), se o sintagma nominal ficar posposto ao verbo, são corretas tanto a passiva pronominal («não se fizeram Roma e Pavia num dia») como a construção com o sujeito pronominal indeterminado («não se fez Roma e Pavia num dia»). Consulte-se "Coocorrência do se indeterminado e do se passivo numa mesma frase" (16/04/2021). Agradece-se ao gramático Fernando Pestana a chamada de atenção que fez sobre este tópico num comentário a uma publicação do Ciberdúvidas no Facebook.