Tal como acontece com licenciado, também os nomes mestre e doutor podem ser acompanhados da informação que indica a área de especialização e a instituição que atribui o grau. Diremos, deste modo,
(1) «licenciado em linguística pela Universidade de Lisboa»
(2) «mestre em linguística pela Universidade de Lisboa»
(3) «doutor em linguística pela Universidade de Lisboa»
Relativamente às funções presentes nestas construções, teremos, antes de mais, de ter em consideração que o núcleo das estruturas é um nome, pelo que os constituintes que se relacionarem com ele desempenharão as funções associadas ao nome. Neste caso particular, os constituintes «em linguística» e «pela Universidade de Lisboa» desempenham a função de complemento do nome.
Existe uma relação entre o nome (ou adjetivo) licenciado e a forma verbal licenciar, pelo que a construção apresentada em (1) é próxima das que se apresentam em (4) e (5):
(4) «Ele é licenciado em linguística pela Universidade de Lisboa.»
(5) «A Universidade de Lisboa licenciou-o em linguística.»
No caso de (4), estamos perante uma frase passiva e os constituintes «em linguística» e «pela Universidade de Lisboa» desempenham, respetivamente, as funções de complemento oblíquo e de complemento agente da passiva. Já na frase (5), o constituinte «A Universidade de Lisboa» é sujeito e «em linguística» complemento oblíquo.
Quando o verbo licenciar se converte no nome licença, que é deverbal, este último herda a estrutura argumental do verbo, pelo que continua a pedir complementos da mesma natureza dos pedidos pelo verbo. Deste modo, a frase (1) é a versão nominal do predicado presente em (4). Isto justifica o facto de os constituintes «em linguística» e «pela Universidade de Lisboa» assumirem a função de complementos do nome.
As construções com os nomes mestre e doutor adotarão uma estrutura argumental aparentada com a de licenciado, pelo que pedem constituintes com a mesma função sintática.
Ficamos gratos pelas gentis palavras que nos endereça.
Disponha sempre!