Os géneros literários tradicionais que cita são caracterizados da seguinte forma:
1. A tragédia apresenta um conflito humano, onde a força das paixões se faz sentir, mas em que a intervenção do destino delimita a vontade dos homens. A tragédia clássica é composta por um prólogo e quatro ou cinco atos. Subordinava-se à lei das três unidades, sendo estas a ação, o lugar e o tempo.
2. A farsa é um género teatral com o fito de fazer uma caricatura e crítica à sociedade, geralmente num só ato.
3. O auto é um termo genérico aplicável ao teatro do século XVI; «envolve peças cujo assunto vai do religioso ao profano, do sério ao cómico» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo e M. Carlos Dias. Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 163).
4. Epopeia é uma narração em verso de um tema grandiloquente, a que estão ligados feitos heroicos realizados por elementos destacados de um povo, ou pelo próprio povo. A narração começa in media res (no meio da ação), as personagens são humanas, lendárias, deuses e divindades ou fantásticas. A estrutura externa é dividida em cantos, e a métrica pode variar de epopeia para epopeia; porém, na mesma epopeia mantém-se. O número de versos por estrofe varia consoante a epopeia. A estrutura interna apresenta uma proposição (síntese do que vai ser tratado na narração), invocação (apelo a deuses ou divindades para inspirar o poeta para elaborar o poema em estilo grandioso) e narração (relato pormenorizado do acontecimento). Nem todas apresentam a dedicatória (como acontece em Os Lusíadas).
5. A comédia é uma «representação satírica de ações humanas, normalmente inferiores, medíocres ou tolas» (Introdução ao Texto Literário, de Mário Carmo e M. Carlos Dias. Didática Editora. Lisboa, 1978 , p. 165).