De acordo com as propostas da gramática tradicional, a palavra para é uma preposição, quando introduz um grupo preposicional (conjunto de palavras sem um verbo nuclear), ou uma conjunção subordinativa final, quando introduz uma oração subordinada final, ou uma conjunção subordinativa completiva, quando introduz uma oração subordinada completiva.
No entanto, estudos gramaticais mais recentes vieram propor uma nova classificação para a palavra para:
(i) «uma preposição reanalisada como complementador em construções de completação da verbal»1, o que significa que para, quando introduz uma oração subordinada completiva final, assume o papel de uma palavra que introduz a oração que completa o sentido do verbo:
(1) «Ele disse para ir ter com ele.»
(ii) «nas orações finais, estamos na presença de uma preposição a introduzir um constituinte frásico, que ou é iniciado pelo complementador que, sendo a oração finita, ou não comporta tal complementador, surgindo então uma oração infinitiva»1, como acontece em (2):
(2) «Ele correu para chegar mais depressa.»
Não obstante o que ficou dito atrás, em contexto escolar não superior a classificação inicial de para como conjunção que introduz orações subordinadas e de para, preposição que introduz grupos preposicionais, é a que se utiliza.
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1. Mateus, M.H.M. et al., Gramática da Língua Portuguesa. Caminho, p. 717.