A oração em análise pode ser introduzida por onde ou por aonde.
O uso de preposições antes das palavras que introduzem as orações relativas está diretamente relacionado com as regências dos verbos das orações que estas palavras introduzem. Atentemos nas frases (1) e (2):
(1) «Ele comprou-me este livro.»
(2) «Eu gosto muito deste livro.»
Se pretendermos unir as frases, de modo a formar uma frase complexa, o resultado seria o que se observa em (3):
(3) «Ele comprou-me este livro de que gosto muito.»
A presença da preposição antes do pronome relativo que deve-se ao facto de o verbo gostar reger a preposição de.
Se atentarmos na frase apresentada pelo consulente:
(4) «Pela vida de Javé, teu Deus, não há nação nem reino aonde / onde meu amo não tenha mandado te procurar (...)»
verificamos que ela inclui uma oração relativa que pode corresponder a duas frases simples distintas (omitimos a negação para facilitar a análise):
(5) «O meu amo mandou-te procurar em todas as nações e reinos.»
(6) «O meu amo mandou (alguém) a todas as nações e reinos procurar-te.»
Este exercício permite verificar que, se a opção passar por estabelecer uma relação entre o verbo procurar e o constituinte «nação e reino», sendo este constituinte complemento direto do verbo, na formação de uma oração relativa haverá lugar ao uso do onde, pois o verbo não rege nenhuma preposição. Neste caso, a frase correta será:
(7) «Pela vida de Javé, teu Deus, não há nação nem reino onde meu amo não tenha mandado te procurar (...)»
Se o constituinte «nação e reino» estiver ligado ao verbo mandar este rege a preposição a. Neste caso, na formação da oração relativa, o advérbio onde será antecedido desta preposição:
(8) «Pela vida de Javé, teu Deus, não há nação nem reino aonde meu amo não tenha mandado te procurar (...)»
Disponha sempre!