Gostar tem regência, isto é, selecciona um complemento introduzido por preposição («complemento oblíquo» em Portugal ou «objeto indireto» no Brasil):1
(1) «Toda a mulher gosta de presente.»
Quando gostar é núcleo do predicado de uma oração relativa, vindo, portanto, depois do pronome relativo que, que faz parte do seu complemento preposicional, é obrigatória a preposição de antes desse pronome relativo:
(1) «O presente de que [complemento oblíquo] toda a mulher gosta.»
Não sendo de aceitar na escrita e no registo formal oral, é frequente, no entanto, omitir essa preposição em estruturas relativas:
«O presente que toda a mulher gosta.»
Note-se que esta estrutura não é a mesma que ocorre em:
«Gosto que me dêem presentes.»
Neste caso, em que o verbo gostar subcategoriza uma oração substantiva completiva («que me dêem presentes»), embora a regência devesse ter sido observada («gosto de que me dêem presentes»), o uso conseguiu consagrar-se como norma, e a preposição pode ser omitida (cf. Textos Relacionados)
1 Ver Dicionário Terminológico, para o caso português, e Nomenclatura Gramatical Brasileira, para o brasileiro. Na antiga Nomenclatura Gramatical Portuguesa (1967), o constituinte com esta função podia ter ser designado ora como complemento indirecto ora como complemento circunstancial.