DÚVIDAS

Sérico = serício, dif. de seroso
Tenho recebido artigos médicos para tradução que contêm a palavra “sérico” usada, em meu ver, indevidamente. Pelo que pude verificar, em português (assim como em castelhano e italiano), “sérico” refere-se a seda, não a soro, como os profissionais da medicina querem e adotam. É possível que a mesma palavra tenha adotado esse significado tão distinto do original e que meu dicionário esteja ultrapassado? Reconheço que novas palavras devem ser criadas para novas realidades, mas se teria inventado uma palavra que já existisse com um significado completamente diferente?
O advérbio adentro
Já vi respostas vossas sobre o sentido de adentro e sobre o erro «a dentro». Mas a minha pergunta é: «dentro» e «adentro» podem ser usados indistintamente nos casos em que uma pessoa irrompe por algum sítio? Por exemplo: podemos escrever indiferenciadamente «Ele entrou pela casa adentro» e «Ele entrou pela casa dentro»? Ou nestes casos justifica-se mais um termo do que o outro? E, se sim, qual? Muito obrigado.
Complemento indireto no português coloquial de Angola
Aqui em Angola, ocorre, tanto na linguagem oral como na escrita, um fenómeno linguístico que consiste em começar a frase com sujeito indeterminado e no final dela explicitar o sujeito começando com a preposição em. Exs.: *Lhe bateram no João. *Vão ralhar na Mingota. *Roubaram o teu arroz no Joaquim. É bem provável que essas construções estejam erradas do ponto de vista normativo, mesmo assim, gostaria de saber uma possibilidade de análise sintáctica, principalmente a do sujeito iniciado por em («no João», «na Mingota», «no Joaquim»). Uma hipótese que melhor descreveria esse fenómeno, qual seria? Muito obrigada!
ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de LisboaISCTE-Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa