Quanto à classificação do verbo considerar – assunto tratado em 10/1/2018 –, tenho algumas considerações a fazer, que são as seguintes:
1 – O verbo considerar pode ser transobjetivo: «O lavrador considerou o cão bonito» (considerou-o bonito).
2 – Assim sendo, se quisermos omitir o agente, podemos criar a frase «Considerou-se bonito o cão» (voz passiva com a particularidade de ocorrer um predicativo («bonito») do sujeito («cão»). Não é o cão que se considera bonito, mas é ele assim considerado. Portanto, quanto a esta frase dada como exemplo «agramatical», quero crer que não o seja, assim como «As paredes da casa consideram-se agradáveis» ou, invertendo-se a ordem: «Consideram-se agradáveis as paredes da casa», e, estendendo-se: «O lavrador considerou agradáveis as paredes da casa».
3 – Sem contar o fato da seguinte frase: «O lavrador considerou-se apto ao trabalho», na qual temos um complemento direto (se) e um predicativo do complemento direto. Mas se trata de uma análise diferente de uma estrutura frasal idêntica a «Considerou-se o lavrador apto ao trabalho.» Antepondo-se ou não o sujeito ao verbo, pode-se dar uma interpretação semântica diferente, o que é interessante.
«Deixarei para estudar quando começar as aulas» ou «Deixarei para estudar quando começarem as aulas.»?
Grato antecipadamente.
Gostaria de saber se o verbo considerar-se é um verbo copulativo.
E, uma vez que estou a questionar, queria também aprender, de uma forma pragmática, a distinção entre complemento do nome e modificador restritivo do nome (MNR).
Obrigada.
Sempre que leio narrativas, encontro verbos no tempo verbal pretérito mais-que-perfeito, mas fora isso é bem difícil eu encontrar o uso dele – tanto na fala quanto na escrita. Porém, analisando mais calmamente percebi que trocando o verbo no pretérito mais-que-perfeito para um Verbo auxiliar + verbo principal no particípio, o sentido da oração se torna o mesmo.
Vejam-se estes exemplos:
1 – «Quando o noivo apareceu, a noiva já chegara à igreja.» Caso eu troque o «já chegara» para «já tinha chegado», a frase tem o mesmo sentido: «Quando o noivo apareceu, a noiva já tinha chegado à igreja.»
2 – «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde partira e aonde de novo fora entregue». Caso eu troque o «partira» e «fora» para «tinha partido» e «tinha sido entregue», a frase tem o mesmo sentido: «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde tinha partido e aonde de novo tinha sido entregue». Por isso, gostaria de saber se será sempre correto, de acordo com a norma padrão, fazer essa troca que eu fiz e se um equivale a outro.
Obrigado.
Sou uma estudante de português na Argentina. Eu tinha a ideia que o CD de pessoa em português não leva a preposição a. Em espanhol, leva a. Mas ontem li um artigo no jornal que dizia "conhecer a uma pessoa". Então, a pergunta é: existe alguma diferença em português, entre "conhecer a uma pessoa" e "conhecer alguém" ? Obrigada.
No manual de 11.º ano, Caminhos, surge a seguinte questão - que ainda por cima está integrada num teste com a estrutura do exame e em que quase todas as questões são extraídas de exames nacionais: «A forma verbal "estão expostos" encontra-se no: a) presente do modo indicativo. b) pretérito perfeito composto do modo indicativo. c) pretérito-mais-que-perfeito composto do modo indicativo. d) pretérito perfeito composto do modo conjuntivo.» A solução dada como correta é a b), o que considero errado.Gostaria de esclarecimentos, por favor.
Fiz aqui uma pesquisa e, apesar de este tema ser abordado amiúde, não consegui encontrar um esclarecimento cabal para a minha dúvida.
Na frase "há vários interessados em ser transferidos" o auxiliar 'ser' deve ou não ser flexionado?
Grata desde já.
Atendendo às frases: «Já que me não querem ouvir os homens» (P.e António Vieira) e «Já que os homens não o querem ouvir», podemos dizer que o pronome me, tal como o pronome o, desempenham a função de complemento direto? Inicialmente, parecia-me inequívoca esta análise, mas, tendo em conta que é possível a construção «Já me ouviram muitos disparates», ponho duas hipóteses: 1.ª – trata-se de um complemento indireto (me); 2.ª – trata-se de um complemento direto e, no último exemplo, a construção exige e admite o complemento indireto (me – a mim) por conter um complemento direto (muitos disparates).
Muito obrigada.
Na frase «A avó deixava o neto mergulhar.», que função sintática desempenha o grupo nominal o neto, complemento direto da forma verbal "deixava" ou sujeito da forma verbal "mergulhar"?
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