Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: verbo
Fernando Bueno Engenheiro Belo Horizonte, Brasil 17K

Quanto à classificação do verbo considerar – assunto tratado em 10/1/2018 –, tenho algumas considerações a fazer, que são as seguintes:

1 – O verbo considerar pode ser transobjetivo: «O lavrador considerou o cão bonito» (considerou-o bonito).

2 – Assim sendo, se quisermos omitir o agente, podemos criar a frase «Considerou-se bonito o cão» (voz passiva com a particularidade de ocorrer um predicativo («bonito») do sujeito («cão»). Não é o cão que se considera bonito, mas é ele assim considerado. Portanto, quanto a esta frase dada como exemplo «agramatical», quero crer que não o seja, assim como «As paredes da casa consideram-se agradáveis» ou, invertendo-se a ordem: «Consideram-se agradáveis as paredes da casa», e, estendendo-se: «O lavrador considerou agradáveis as paredes da casa».

3 – Sem contar o fato da seguinte frase: «O lavrador considerou-se apto ao trabalho», na qual temos um complemento direto (se) e um predicativo do complemento direto. Mas se trata de uma análise diferente de uma estrutura frasal idêntica a «Considerou-se o lavrador apto ao trabalho.» Antepondo-se ou não o sujeito ao verbo, pode-se dar uma interpretação semântica diferente, o que é interessante.

José Ricardo C.Monteiro Aposentado Santos, Brasil 6K

«Deixarei para estudar quando começar as aulas» ou «Deixarei  para estudar quando começarem as aulas.»?

Grato antecipadamente.

Matilde Gabriel Estudante Lisboa, Portugal 12K

Gostaria de saber se o verbo considerar-se é um verbo copulativo.

E, uma vez que estou a questionar, queria também aprender, de uma forma pragmática, a distinção entre complemento do nome e modificador restritivo do nome (MNR).

Obrigada.

Armando Dias Reformado Lagos, Portugal 3K

Recomendou há tempos a Fundéu (Fundació del Español Urgente) o uso de um neologismo entrado recentemente na língua castelhana, o verbo arrobar, no sentido de usar o caracter [@], arroba, empregado para endereçamento de mensagens na internet. E em português há razão para o adotarmos, também?

Paulo Almeida Estudante São Paulo, Brasil 75K

Sempre que leio narrativas, encontro verbos no tempo verbal pretérito mais-que-perfeito, mas fora isso é bem difícil eu encontrar o uso dele – tanto na fala quanto na escrita. Porém, analisando mais calmamente percebi que trocando o verbo no pretérito mais-que-perfeito para um Verbo auxiliar + verbo principal no particípio, o sentido da oração se torna o mesmo.

Vejam-se estes exemplos:

1 – «Quando o noivo apareceu, a noiva já chegara à igreja.» Caso eu troque o «já chegara» para «já tinha chegado», a frase tem o mesmo sentido: «Quando o noivo apareceu, a noiva já tinha chegado à igreja.»

2 – «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde partira e aonde de novo fora entregue». Caso eu troque o «partira» e «fora» para «tinha partido» e «tinha sido entregue», a frase tem o mesmo sentido: «Pálida, jogada fora de uma Igreja, olhou a terra imóvel de onde tinha partido e aonde de novo tinha sido entregue». Por isso, gostaria de saber se será sempre correto, de acordo com a norma padrão, fazer essa troca que eu fiz e se um equivale a outro.

Obrigado.

Evangelina Álvarez Leal Estudante Mar del Plata, Argentina 17K

Sou uma estudante de português na Argentina. Eu tinha a ideia que o CD de pessoa em português não leva a preposição a. Em espanhol, leva a. Mas ontem li um artigo no jornal que dizia "conhecer a uma pessoa". Então, a pergunta é: existe alguma diferença em português, entre "conhecer a uma pessoa" e "conhecer alguém" ? Obrigada.

Isabel Freire Professora Santarém, Portugal 2K

No manual de 11.º ano, Caminhos, surge a seguinte questão - que ainda por cima está integrada num teste com a estrutura do exame e em que quase todas as questões são extraídas de exames nacionais: «A forma verbal "estão expostos" encontra-se no: a) presente do modo indicativo. b) pretérito perfeito composto do modo indicativo. c) pretérito-mais-que-perfeito composto do modo indicativo. d) pretérito perfeito composto do modo conjuntivo.» A solução dada como correta é a b), o que considero errado.Gostaria de esclarecimentos, por favor.

Heloisa Sousa Porto, Portugal 4K

Fiz aqui uma pesquisa e, apesar de este tema ser abordado amiúde, não consegui encontrar um esclarecimento cabal para a minha dúvida.

Na frase "há vários interessados em ser transferidos" o auxiliar 'ser' deve ou não ser flexionado?

Grata desde já.

Tereza Sampainho Professora Alcanena, Portugal 5K

Atendendo às frases: «Já que me não querem ouvir os homens» (P.e António Vieira) e «Já que os homens não o querem ouvir», podemos dizer que o pronome me, tal como o pronome o, desempenham a função de complemento direto? Inicialmente, parecia-me inequívoca esta análise, mas, tendo em conta que é possível a construção «Já me ouviram muitos disparates», ponho duas hipóteses: 1.ª – trata-se de um complemento indireto (me); 2.ª – trata-se de um complemento direto e, no último exemplo, a construção exige e admite o complemento indireto (me – a mim) por conter um complemento direto (muitos disparates).

Muito obrigada.

Vítor Gomes Professor Massamá, Portugal 5K

Na frase «A avó deixava o neto mergulhar.», que função sintática desempenha o grupo nominal o neto, complemento direto da forma verbal "deixava" ou sujeito da forma verbal "mergulhar"?