De um ponto de vista normativo, o verbo enamorar tem um uso transitivo e um uso pronominal.
No seu uso transitivo, o verbo não é regido por preposição:
(1) «A personagem principal enamorou os leitores.»
Quando usado pronominalmente, o verbo é, de facto, regido pela preposição de, o que se encontra atestado, por exemplo, pelo Dicionário sintáctico de verbos portugueses (W. Busse: 1994), pelo Vocabulário – Regime preposicional de verbos (Nunes e Sardinha: 1999) ou pelo Dicionário Houaiss, entre outros:
(2) «Ela enamorou-se do jovem.»
As ocorrências do verbo regido pela preposição por poderão ficar a dever-se à proximidade de significados entre enamorar-se e apaixonar-se, este último regido pela preposição por.
É evidente que os usos da língua, por vezes, se afastam da norma. Este é um dos fatores que faz da língua um organismo dinâmico e em evolução. Não obstante, em linguística, não é possível prever se um determinado uso se vai impor e passar, no futuro, a integrar a norma.