Consultório - Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
 
Início Respostas Consultório Classe de palavras: verbo
João Rocha Investigador Lisboa, Portugal 20K

Esta questão foi-me colocada por um estrangeiro que está a aprender português.

Na frase «tu nunca _____ fome», o verbo ter pode ser conjugado tanto no pretérito perfeito (p.p.) como no pretérito imperfeito (p.i.), tendo as frases resultantes significados diferentes:

«Tu nunca tinhas fome.»(p.i.) – entendo esta frase como: «Nesse período em particular tu não passaste fome» – vs «Tu nunca tiveste fome» (p.p.) – entendo esta frase como: "Tu nunca passaste fome na vida."

Neste caso, aparentemente, o pretérito imperfeito define um período específico, enquanto o pretérito perfeito se refere a um período indefinido de tempo. Tenho, portanto, bastante dificuldade em explicar o que se está aqui a passar gramaticalmente.

Podem esclarecer-me esta dúvida, por favor?

Fernando Martins Professor Faro, Portugal 15K

As construções "Fiz-lhe perder tempo" (=Fiz perder tempo a si, ao senhor) e "Fi-lo perder tempo" (=Fiz o senhor perder tempo) estão ambas correctas?

Xenia Alvarez Psicóloga Rio de Janeiro, Brasil 3K

Gostaria de saber se a expressão «já se fazem horas» está correta segundo o padrão da norma culta da língua portuguesa.

Um exemplo de uso seria: «Vamos embora, pois já se fazem horas.»

José de Vasconcelos Saraiva Estudante de Medicina Foz do Iguaçu, Brasil 6K

O verbo destacar, a sua regência, quando se emprega pronominalmente, pede a preposição a ou em?

«A Ana destaca-se a Biologia.»

«A Ana destaca-se em Biologia.»

Ambas as construções estão corretas?

Nessa acepção, o verbo destacar é galicismo? A sua derivação regressiva é destaque?

Destaque é igualmente considerado como galicismo?

Desde já muito grato ao vosso excelente trabalho.

Christine Soares de Oliveira Advogada Niterói, Brasil 4K

Estou analisando um poema escrito em português de Portugal nos anos 90, e a colocação pronominal está acentuada da seguinte forma: "entregámo-nos", com acento agudo no "a".

Minha dúvida é: o verbo entregar, escrito dessa maneira, está em qual tempo verbal?

Marta Rosa Investigadora Lisboa, Portugal 3K

Gostaria de saber se o verbo explorar no sentido de «pesquisar; investigar» tem a mesma raiz que explorar no sentido de «usar outrem ou algo para auferir algum benefício».

Margarida Oliveira Professora Coimbra, Portugal 7K

Nas frases "Ele pensou que ela não voltaria tão cedo." ou "Todos acreditaram que a verdade viria à superfície.", as orações completivas desempenham a função de complemento oblíquo ou complemento direto?

Dado que os verbos "pensar" e "acreditar" selecionam a preposição "em", parece-me que a substituição pelo pronome "isso" resulta agramatical: "Ele pensou isso." ou "Ele acreditou isso." Não deverá dizer-se "Ele pensou nisso." ou "Ele acreditou nisso." ? Inclino-me mais para que sejam complementos oblíquos mas posso estar enganada.

Obrigada.

María Aparicio Professora Valladolid, Espanha 4K

Gostaria de resolver uma dúvida em relação aos particípios duplos. Geralmente, costuma dizer-se que o particípio regular se usa para a formação dos tempos compostos com o auxiliar ter, e o irregular na voz passiva com os auxiliares estar e ficar, ainda que existam algumas exceções (ganho, pago... etc.).

A minha pergunta é: qual é o particípio que deveria ser utilizado quando a forma funciona como adjetivo?

Por exemplo, na frase «o quadro aceitado/ aceite receberá um prémio de 3000€», qual seria a forma correta?

Muitíssimo obrigada pela atenção.

William Coates Programador Lisboa, Portugal 7K

Mandei um SMS a uma amiga com o seguinte texto: «Espero que o espetáculo de teatro corresse bem.» Na resposta ela disse que a forma correta era «Espero que o espetáculo de teatro tenha corrido bem».

Eu percebo que a segunda versão é correta, mas podiam-me explicar qual é o problema com a primeira versão?

Obrigado.

 

Diego Marcelo Padilha dos Santos advogado Piratininga, Brasil 2K

Quanto à flexão, qual a indicação da gramática normativa quando, a despeito de figurar em construção de voz passiva, o infinitivo servir de complemento a adjetivo e ostentar o mesmo sujeito da oração principal?

A título de exemplo: «Os exercícios são difíceis de ser/serem resolvidos.»

Ainda, passando-se à segunda oração à construção passiva pronominal, devemos enveredar pela flexão do infinitivo passivo ou pela não flexão do infinitivo complemento?

«Os exercícios são difíceis de se resolver/resolverem.»