DÚVIDAS

O sujeito na frase «Se alguma vez se distraía..., era para pensar...»
(Camilo Castelo Branco)

Na frase «Se alguma vez se distraía deste exercício de memória, era para pensar nas feições da amada do seu hóspede» (in Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco), qual é o sujeito do verbo ser («era»)?

O contexto mais alargado em que a frase surge é o seguinte : «Mariana, durante a veloz caminhada, foi repetindo o recado da fidalga; e se 'alguma vez se distraía deste exercício de memória, era para pensar nas feições da amada do seu hóspede.»

Grata pelo vosso esclarecimento.

Resposta

Na frase em apreço, o verbo ser é usado de forma impessoal, o que significa que não tem sujeito.

A construção «ser para» tem uma natureza coloquial e é usada para exprimir uma dada intenção, sendo o sentido do verbo próximo do verbo acontecer e referindo-se, neste caso, a um facto expresso na oração subordinada condicional. Trata-se, assim, de uma construção com um valor próximo de «isto acontecia com a intenção de».

(Ver também esta resposta).

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