Em termos normativos, para não deve ser usado em construções com o verbo combinar, quando usado com o significado de «entrar em acordo para a consecução de um determinado fim» (Dicionário Houaiss) ou de «estabelecer (uma ação, uma resolução, etc. com que outrem concorda)» (Dicionário Houaiss). Nestes casos, o verbo não rege preposição, sendo construído, por exemplo, com nome (1) ou com uma oração subordinada substantiva completiva não finita (2):
(1) «Combinamos um encontro.»
(2) «Combinamos encontrar-nos no café.»
Com o significado de «unir para formar um composto» (Dicionário Houaiss), já é possível assinalar a construção do verbo com para, que introduz uma oração subordinada adverbial final:
(3) «Combinaram farinha e especiarias para fazer uma nova receita.»
Relativamente à construção apresentada pela consulente, no Corpus do Português, de Mark Davies, não encontramos registo deste uso a não ser, pontualmente, em transcrições de entrevistas ou em reproduções da linguagem oral, tal como acontece em (4):
(4) «Normalmente ou à segunda ou terça combinamos para ver problemas que aconteceram na semana antes.» (Diário de Notícias, 21/07/2017)
Nestas construções, para é usado como um complementador que introduz a oração subordinada substantiva completiva, tendo, assim, uma função redundante, uma vez que o verbo se constrói diretamente com a oração, como se viu em (2).
Disponha sempre!