O exemplo apresentado – «Ele implorou para a mãe o levar dali» – é aceitável, se não mesmo correto.
O verbo implorar é um verbo considerado diretivo (designa atos de fala que representam ordens ou pedidos), que seleciona «orações infinitivas introduzidas pela preposição para» (Gramática do Português, Fundação Calouste Gulbenkian, pág. 1929)1. De salientar, ainda, que este verbo é transitivo direto, indireto e intransitivo, ou seja, ocorre com um complemento direto («aquilo que se implora/suplica»), um complemento indireto («a pessoa a quem se implora/suplica») ou sem qualquer complemento («pedir insistentemente») (J. Malaca Casteleiro, Dicionário Gramatical de Verbos Portugueses, pág. 504). Entre os exemplos apresentados neste dicionário, incluem-se os casos em que o verbo implorar ocorre como verbo transitivo (exemplo 1), ou enquanto transitivo direto e indireto, selecionando a preposição a (exemplo 2):
1. «Ele implorou a ajuda de todos»;
2. «Ele implorou ajuda à mãe».
Implorar aceita também o emprego da preposição por a introduzir o complemento referente à coisa que se implora ou suplica (no panorama dos dicionários do português do Brasil, ver Francisco Borba, Dicionário de Uso do Português do Brasil, São Paulo, Editora Ática, 2002):
3. «Implorei por toda a ajuda possível».