Siglas dos estados do Brasil
Sou natural de Brasília e, desde 29/12/1992, residente em Vitória (ES).
Gramaticalmente correto e esteticamente bonito, devo colocar como?
1) Vitória, ES (com vírgula)
ou:
2) Vitória (ES) [com parênteses]?
E por quais motivos isso?
Muitíssimo obrigado e um grande abraço!
Os topónimos Arrifes e Biscoitos (Açores)
Devemos escrever "Escola Básica de Arrifes" ou "Escola Básica dos Arrifes"?
E "Escola Básica de Biscoitos" ou "Escola Básica dos Biscoitos"?
Muito obrigado.
O género de Pampas
Quando nos referimos à região da América, devemos escrever «a Pampa» ou «o Pampa»?Pergunto isto porque, apesar de em espanhol ser «la Pampa», leio várias vezes «o Pampa».
Obrigado.
Ainda Madagáscar vs. Madagascar
Recentemente, escrevi ao Ciberdúvidas acerca da resposta de 11.05.2021 à pergunta sobre a grafia e a pronúncia de Madagascar, em cuja versão original se lia que a Academia Brasileira de Letras (ABL) recomendava Madagáscar, forma prescrita em Portugal «desde há mais de um século». Informei que a edição atual do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) da ABL recomenda apenas Madagascar. O Ciberdúvidas atualizou a informação em 11.11.2025, mas reiterou que, até 1999, a ABL indicava a forma paroxítona.
É verdade, embora tal informação já estivesse desatualizada na data da resposta original, pois a ABL vinha recomendando exclusivamente Madagascar desde a 5.ª edição do VOLP, ou seja, desde 2009, pelo menos. Ademais, conjugada com a observação de que Ivo Xavier Fernandes e Francisco Rebelo Gonçalves condenavam a forma oxítona, essa ressalva pode levar o leitor à suposição equivocada de que, em Portugal, a pronúncia aguda era infrequente ou, pelo menos, inculta. Não era nem uma nem outra coisa.
O próprio Gonçalves Viana, em cujo parecer de 1899 à seção de ensino da Sociedade de Geografia de Lisboa se encontra, pela primeira vez, a recomendação expressa da forma paroxítona, admitiu tacitamente que a pronúncia corrente era Madagascar, ao dizer "bem fôra que se restabelecesse a verdadeira accentuação portuguesa em outros nomes, como Madagáscar, evidente na medição do verso dos Lusíadas em que apparece o nome da maior ilha africana". Já Cândido de Figueiredo o admitiu expressamente, na obra Falar e escrever: novos estudos práticos da língua portuguesa, de 1906: «Geralmente, temos dito Madagascár, talvez levados pela regra de que são oxítonas ou agudas as palavras terminadas em ar. Mas parece estar demonstrado que a pronúncia exacta é Madagáscar.» José Barbosa Bettencourt, em Subsídios para Leitura dos Lusíadas, de 1904, anotou: «Madagáscar. O verso mostra que era esta a primitiva acentuação.» Se se ouvisse Madagascar a uns poucos ou apenas aos ignorantes, e Madagáscar à maioria ou aos cultos, por que falariam Gonçalves Viana em "restabelecer" a "verdadeira" acentuação portuguesa, Cândido de Figueiredo em "parecer" estar demonstrada a "pronúncia exacta", e Barbosa Bettencourt em "primitiva" acentuação?
Há mais, porém. Na pergunta n.º 9 da p. 45 à seção de consultas da Revista de Portugal: Língua Portuguesa, Série A, Volume 3, de 1943, um leitor, quase meio século depois do parecer de Gonçalves Viana, manifestou o seu espanto com a "nova" pronúncia paroxítona: «Sempre ouvi dizer Madagascar, com o acento na última sílaba, a não ser na Itália, onde se diz Madagáscar: ultimamente, porém, voltando a Portugal, também ouvi o tal Madagáscar. Apoiam-no em Camões (Lus. X, 137), que afirma alguns dizerem Madagáscar. Mas ainda supondo que todos então dissessem assim, essa pronúncia, pelo uso e especialmente por influência do francês, não terá evolucionado para Madagascar? E note-se que foram precisamente os franceses que mais espalharam o conhecimento do nome dessa Ilha.»
A resposta remete a Gonçalves Viana: «R. Legitimamente, parece não se ter dado tal evolução fonética. O nome antigo e português da ilha foi Madagáscar, e não Madagascar, para todos aqueles que lhe não chamavam ilha de S. Lourenço. Considerando aquele o legítimo profano, até firmado na acentuação do malgaxe local, os mestres modernos da Fonética, e à frente deles Gonçalves Viana, trataram de o reivindicar, quando a influência francesa ia já conseguindo deslocar-lhe o acento, passando o topónimo de grave a oxítono. Desta vez parece que com algum êxito, porque hoje, nos nossos estabelecimentos de instrução secundária, já não há professor de Geografia que não ensine Madagáscar, em vez de Madagascar, e ao contrário Gibraltar, em vez de Gibráltar.»
Chama menos a atenção o evidente eufemismo em dizer que «ia já conseguindo deslocar-lhe o acento» (compare-se com o tom do testemunho coevo do próprio Gonçalves Viana) que o estranhamento da "nova" pronúncia por um português claramente culto. Nem mesmo o argumento da acentuação local se sustenta, pois, embora seja paroxítono, o nome do país, em malgaxe, é Madagasikara.
Parece-me, por todo o exposto, mais exato dizer que a pronúncia grave atual, no português europeu, resultou de uma interferência culta tardia, e que a pronúncia aguda atual, no português brasileiro, dá continuidade àquela que era corrente antes dessa interferência.
O apelido Vago
Tenho como apelido Vago da parte paterna com ascendentes em Vila Nova de Famalicão, principalmente nas freguesias de Santiago de Antas e Calendário.
Após várias pesquisas nada encontrei de muito certo.
Na minha genealogia encontrei esse apelido por volta de 1800. Nos meus antepassados está quase como Ferreira Vago que tinham como profissão alquilador.
Alguém já se deparou com esse apelido ou alcunha?
O topónimo Benlhevai (Trás-os-Montes)
Recentemente descobri que existe uma localidade denominada Benlhevai em Bragança, porém nunca vi outra palavra com a sequência -nlh-.
Este topónimo está de acordo com as regras vigentes do português? E existem outras palavras com esta sequência de letras?
Obrigado.
Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati
A respeito dos dois novos santos canonizados pela Igreja Católica Romana, Carlo Acutis e Pier Giorgio Frassati, podemos chamá-los com seus respectivos prenomes em língua portuguesa, ou seja, São Carlos Acutis e São Pedro Jorge Frassati ou deve permanecer a forma italiana?
Há algo no Acordo Ortográfico ou em alguma outra normativa que informe algo a respeito?
O topónimo Manho ou Manhos (Lamego)
A navegar pela Internet, dei com os topónimos Quinta do Manho, Quinta de Manhos e Lugar de Manhos, todos eles em Lamego.
Sabem qual a origem desse topónimo?
Obrigado.
Hamurabi e Hamurábi
O nome Hamurabi é bastante citado na academia, sobretudo em trabalhos relacionados à história do Oriente Médio.
A minha dúvida é: qual a sílaba tônica do nome? Em teoria seria oxítono, dada a ausência de acento gráfico, mas se pronuncia como paroxítono e, se assim o é, não teria de ser acentuado na penúltima sílaba?
O nome foi de fato aportuguesado, já que perdeu a germinação do m (Hammurabi), sendo reduzido a um só, mas por que não houve acentuação?
Obrigado.
Topónimos de Paços de Ferreira: Caçães e Cô
Conhece a etimologia de dois topónimos do concelho de Paços de Ferreira: "Cacães", da freguesia de Eiriz, e "Cô" da freguesia de Penamaior?
É especialmente problemático encontrar qualquer coisa sobre o segundo topónimo.
Ficarei muito feliz por receber a sua ajuda.
